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sábado, 4 de junho de 2011

Manobra

A base do governo Dilma Rousseff no Congresso tem 311 deputados e 50 senadores. É a maior rede de sustentação que um governo já teve em seu início.

Pois essa base tão robusta viveu nesta semana duas derrotas, com a convocação de Antonio Palocci pela Comissão de Agricultura da Câmara e com a derrubada de duas medidas provisórias pelo Senado.

Se no caso de Palocci a derrota se explica pelo corpo mole da base em relação ao ministro, pela falta de explicações para seu aumento de patrimônio, a derrubada das MPs prenuncia uma nova e mais grave derrota: os senadores parecem dispostos a mudar o rito de tramitação das medidas provisórias.

A sessão, que se estendeu pela madrugada desta quinta, mostrou uma oposição pequena, porém organizada. Mostrou, ainda, fissuras na base, com senadores do PP e do PDT ajudando a fragilizar o governo.

Para desespero de uma irritada Marta Suplicy (PT-SP), que presidia a sessão lutando contra a ampulheta - as MPs "caducariam" depois da meia-noite -, senadores da oposição e rebeldes da base se revezavam na tribuna em discursos contra os abusos nas MPs.

Apesar dos protestos, a MP 517 acabou aprovada, porque era uma das primeiras da pauta. Outras duas foram derrubadas, a MP 520 e a MP 521.

O tom dos discursos deixou claro que senadores de vários partidos estão dispostos a comprar esssa briga com Dilma.

Comentário
Quem assiste a TV Senado ou a TV Câmara, logo percebe que só se votam Medidas Provisórias, enviadas pelo Governo Federal, que atropelam outros projetos importantes, alegando regime de urgência. Além de comprometer o funcionamento do Congresso, as medidas provisórias vem cada vez mais fundindo diferentes temas, diferentes projetos em um único texto, ou seja, os Deputados e Senadores acabam sendo pressionados á votar sem ler e sem saber de fato o conteúdo dos Projetos.

Mas parece que o desconforto é geral, Oposição e parte da Base do Governo concordam que o excesso de temas diversos em um único projeto além de irregular são práticas perigosas que ferem a independência e a autonomia dos Poderes. Mas parece que há reação, mesmo com uma base aliada esmagadora, Oposição e dissidentes tem agido para combater tais desmandos do Palácio do Planalto (Sede do Poder Executivo).

"Os grandes momentos do Congresso se dão quando ele tem coragem de dizer não" Senador Cristovam Buarque.

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