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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Ligações iônicas

Há tempos, somente as eleições, por serem obrigatórias, refletem a voz do povo. De resto, a política já não expressa mais a voz das ruas, e o povo nas ruas já não se interessa mais pelas deliberações da política. Isso é ruim para o povo, para a política e para a democracia.

As pessoas não mais se interessam por política. Primeiro, porque falta consciência da importância da política e da importância do seu engajamento e sua participação nela. Segundo, porque os escândalos de corrupção, além de desmoralizarem a política terminam por afastá-la do povo. Terceiro, porque há tempo, o sistema político eleitoral brasileiro entrou no piloto automático, de modo que nem partidos nem Instituições discutem mecanismos de reparação de seus erros e vícios, como consequência, está o que se chama de crise de Representatividade, em que políticos, instituições, partidos e o próprio povo estão aquém do que se exige de cada um deles em uma democracia.
Agrava a situação, quando se constatam a efemeridade das alianças políticas, as incoerências político-ideológicas, a completa falta de pudor de alguns dirigentes partidários - que deixam o palanque derrotado em que haviam subido, para afagarem o candidato vencedor, acenando com a intenção de apoiá-lo no Legislativo, desde que sejam distribuídos cargos e postos de comando dentro do Executivo – o que acaba, no mínimo, tornando a política ainda mais desmoralizada, e os que ainda a acompanham, desenganados. Ressalto que nesta altura do campeonato, o grande público, o povo, nem sequer chega a acompanhar essa ginástica partidária de toma lá dá cá, pois para eles, seu contato com a política, ou sua obrigação, findou-se logo após o barulho da urna, confirmando o fim da sua votação.       


Conclui-se assim, que a volatilidade das alianças político-partidárias, que se assemelhem às ligações iônicas da química – melhor exemplo que poderia encontrar - são quase sempre alimentadas pelo fisiologismo e o toma lá dá cá entre Legislativo e Executivo, corrói o sistema político e aprofunda ainda mais a crise de identidade em que vivem os partidos e as Instituições Públicas.
Para solucionar essa crise de representatividade ou de comunicação entre políticos, partidos, Instituições e o povo, seria preciso uma ampla e profunda discussão sobre Reforma Política no Brasil, sendo esta, capaz de rever as engrenagens que integram o sistema político eleitoral brasileiro.

Tal discussão precisa ser fomentada dentro do Congresso Nacional, mas será preciso integrar tais discussões, chamando para debater, os partidos, os membros do Poder público, a sociedade civil organizada, a imprensa e a população em geral, dispersa nas ruas e atuante nas redes sociais.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Joelmir Beting


Os "velhos" vícios do "novo"

Fernando Haddad venceu a eleição de São Paulo, com o discurso do "novo", das ideias e das parcerias. Sem falar que foi um ácido crítico da gestão Kassab, apontando diariamente em cadeia de rádio e televisão, uma visão "lúcida" dos problemas da cidade.

Com o discurso que governaria para todos, Haddad esqueceu-se de dizer que governará para todos, todos os partidos com representatividade na Câmara Municipal.

Tendo vencido a eleição, deu pouca relevância para o fato de não ter conseguido eleger um número de vereadores pela sua coligação, suficiente para compor uma maioria que desse estabilidade para governar.

Assim, partiu para o que seu partido mais tem feito no Governo Federal, o velho "toma lá dá cá". Haddad anunciou uma primeira leva de secretários com perfil técnico, semblantes que inspiravam competência. As expectativas não duraram até a segunda leva de secretários anunciados.

Haddad anunciou a filha de Michel Temer, vice-presidente da República, para o cargo de Secretária de Assistência e Desenvolvimento Social; o vereador Roberto Tripoli, atual líder do prefeito Gilberto Kassab na Câmara Municipal, para a pasta do Verde e Meio Ambiente, e Netinho de Paula que assumirá uma Secretaria que será criada por Haddad para tratar da "Promoção da Igualdade Racial".

Apesar de criticar Kassab, agora se vê uma forte aproximação entre ele e Haddad, principalmente pelo interesse do prefeito eleito em ter o apoio na Câmara, do partido de Kassab, o PSD. Para formar uma base aliada confortável no Legislativo, a equipe de transição de Haddad segue o percurso inaugurado por Lula e Dilma na esfera federal, que passa pela criação de novas Pastas, ampliação de cargos comissionados e nomeação de pessoas não por sua capacidade técnica e administrativa, mas por seu vínculo político-ideológico.

Triste constatação de que o "novo" utiliza dos "velhos" vícios, tudo em prol da "governabilidade", que nos últimos tempos no país, tem rimado muito com "promiscuidade".

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Contramão

Na contramão das manchetes que denunciam mais um escândalo de corrupção, o Governo aprova dentro do Congresso Nacional projeto que cria mais 90 cargos de confiança vinculados à Presidência da República.

A criação desses cargos é colocada em discussão cinco dias após a Polícia Federal deflagrar a Operação Porto Seguro, que apura um esquema de fraudes em pareceres técnicos de órgãos públicos com a finalidade de beneficiar empresas privadas, ou seja, a utilização de cargos públicos, para fins privados.
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A operação levou ao indiciamento de dez servidores públicos, entre eles a chefe de gabinete do escritório da Presidência da República em São Paulo, dois diretores de agências reguladoras e o adjunto da Advocacia-Geral da União.

Em um universo de mais de 20 mil cargos de confiança, ou seja, cargos em que não há qualquer tipo de concurso público ou avaliação para a contratação, basta apenas vínculos políticos para que se ocorra a colocação dessas pessoas nos respectivos cargos.

Curiosamente, a expressiva maioria dos casos de corrupção envolvem funcionários p´blicos loteados em cargos de confiança, nomeados por pertencerem a partido A ou B, que pertence à base aliada do Governo dentro do Congresso Nacional.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Blindagem?

Por que o Governo não quer deixar que o Congresso Nacional convoque a D. Rose? Talvez pelos fatos de que ela era até semana passada, chefe de gabinete do Escritório da Presidência da República em São Paulo, nomeou amigos, irmãos, a filha e o ex-marido em órgãos públicos, falava "todos os dias" com o ex-presidente Lula, tinha passaporte diplomático, fazia inúmeras viagens internacionais na comitiva dele, e praticava por baixo dos panos de forte esquema de tráfico de influência para favorecer interesses privados...

Se o Congresso Nacional se omitir mais uma vez e deixar de cumprir seu dever constitucional de fiscalizar o Governo e seus agentes, isso só terminará por agravar a crise de Representatividade da classe política, cuja confiabilidade já encontra-se seriamente desgastada.

Falta de prioridade

O Governo deu sinal verde, e o Congresso Nacional aprovou a criação do 39º Ministério voltado para a defesa dos interesses das micro e pequenas empresas. Contudo, a falta de prioridades dos Poderes Executivo e Legislativo beiram o inexplicável.

Apesar de terem aprovado a criação de um Ministério para tratar das micro e pequenas empresas, nem o Congresso Nacional nem o Palácio do Planalto se mobilizaram para aprovar inúmeros projetos que tramitam na Câmara e no Senado, e que tratam justamente de quetsões relevantes e de grande interesse para o fortalecimento, incentivo e proteção das micro e pequenas empresas.

Exemplo disso é esta manchete do Jornal O Estado de São Paulo:

Brasil é o quinto país mais lento do mundo para se abrir uma empresa
Relatório do Banco Mundial indica que o processo para abrir um negócio demora 119 dias. Na Nova Zelândia, espera é de três dias.
 
Empreender no Brasil é uma experiência que demanda foco, dinheiro e, segundo um relatório recentemente divulgado pelo Banco Mundial, também muita paciência. Isso porque a burocracia na regulamentação de um novo negócio coloca o País entre os cinco mais lentos do mundo para a abertura de uma empresa.

A Colômbia foi o país que mais progrediu na prática de atração de empresas e empreendedores no mundo. O país avançou 15,3% desde 2005 nesse quesito, que leva em conta o cenário macroeconômico, associado ao ritmo de reformas estruturais e institucionais.
Em comparação direta, o Brasil evoluiu apenas 0,6% nesse mesmo período, ficando atrás da Jamaica, Nicarágua e até da pequena ilha de Dominica, no Caribe.

Para ler a notícia, clique aqui.

Desempenho das escolas no ENEM

Dados divulgados pelo Ministério da Educação, referentes ao desempenho das escolas públicas e particulares no Exame Nacional do Ensino Médio, ENEM, de 2011, comprovam a excelência das Escolas Técnicas, as ETECS do Centro de Paula Souza, órgão vinculado ao Governo do Estado de São Paulo.

A ETEC São Paulo foi classificada como a melhor escola pública do Estado de São Paulo, a 7ª melhor escola pública brasileira e a 9ª melhor no ranking que reúne o desempenho de todas as escolas públicas e particulares do Brasil.

Ao todo, entre as 50 melhores escolas públicas estaduais do Brasil, de acordo com o desempenho no ENEM 2011, 42 delas são Etecs do Centro de Paula Souza.

Isso comprova a importância e a qualidade das escolas técnicas que ao mesmo tempo, reúnem ensino público de qualidade com a profissionalização e qualificação dos jovens para entrarem no mercado de trabalho com diferencial. Ensino técnico é o caminho para um país desenvolvido e próspero, os dados falam por si.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Ingênuo ou cúmplice?

Quando estourou o escândalo do Mensalão, Lula disse que era folclore, depois disse que não sabia de nada e por fim lamentou ter sido traído; anos mais tarde, já deixando a Presidência com alto índice de popularidade, mudou o discurso e disse que o Mensalão era uma "farsa".

Quando estourou o escândalo do Dossiê fajuto na eleição de 2006, Lula negou envolvimento e chamou os petistas envolvidos de "aloprados", que deu nome ao escândalo conhecido até hoje como o Dossiê dos Aloprados.

Agora, quando surge a Operação Porto Seguro, com mais de 18 indiciados, dentre eles, pessoas diretamente indicadas por Lula para os cargos que ocupavam, e com ligações constantes com o ex-presidente, como a chefe de gabinete do Escritório da Presidência da República em São Paulo e dois irmão dela. Dessa vez, Lula se diz: "apunhalado pelas costas".

Oras, Lula nunca sabe de nada, nem quando os malfeitos são arquitetados na sala ao lado. No mínimo é de se estranhar o engajamento de Lula na indicação da chefe de gabinete do Escritório da Presidência, em São Paulo, que foi confirmada por Dilma, a pedido do ex-presidente; o mesmo vale para outros presos envolvidos no escândalo, que ocupavam cargos graças às movimentações de Lula que mesmo após deixar o Governo, fez de tudo para confirmar essas pessoas nos cargos.

Ou Lula é muito ingênuo e portanto, assina o atestado de negligente e incompetente; ou é cúmplice.

sábado, 24 de novembro de 2012

"Corrupção, o cupim da República"

Mais um escândalo de tráfico de influência, dessa vez, atingindo diretamente a chefe de gabinete do Escritório da Presidência da República, em São Paulo, e seus irmãos, funcionários de agências reguladoras: a ANAC, de aviação civil, e a ANA, agência nacional de águas. Informações evidenciam o empenho pessoal do ex-presidente Lula na nomeação da chefe de gabinete do Escritório da Presidência, datada de 2003, e de seus irmãos nas respectivas agências reguladoras. Há outros nomes ligados a esse escândalo de tráfico de influência com favorecimento de empresas.

Nesses tempos de sucessão de escândalos e de boicote às investigações dentro do Congresso, com a tentativa de barrar CPIs e abafar os casos, nos cabe relembrar Ulysses Guimarães no discurso de promulgação da Constituição de 1988:

"A moral é o cerne da Pátria. A corrupção é o cupim da República.
República suja pela corrupção impune tomba nas mãos de demagogos, que, a pretexto de salvá-la, a tiranizam.
Não roubar, não deixar roubar, pôr na cadeia quem roube, eis o primeiro mandamento da moral pública."

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Restaurar a máquina pública

Vejo num mesmo caderno de jornal, duas manchetes que muito me preocupam. Em uma, prefeitos vão a Brasília para pedir socorro frente às perdas de arrecadação que estão tendo. Na outra, Câmara aprova criação do 39º Ministério do Governo.

Em uma manchete, mais uma comprovação da falência financeira dos municípios, resultado da centralização e monopolização de recursos junto aos cofres da União. Na segunda notícia, constata-se o que mais e mais cargos e ministérios são criados para serem loteados entre os partidos aliados que apoiam o governo dentro do Congresso Nacional.
Algo está errado. De um lado o orçamento subnutrido dos municípios, do outro, o inchaço da máquina federal. E quando se analisa com detalhes percebe-se que o inchaço da máquina federal rima com ingerência e incompetência, beirando a irresponsabilidade.

Em breve comparação disponibilizada em editorial do jornal Folha de São Paulo, constata-se: orçamento anual da máquina federal: R$ 3,7 bilhões no Governo Fernando Henrique Cardoso, R$ 9,2 bilhões ao término do governo Lula. Número de ministérios: 26 ministérios sob FHC, 37 ministérios ao término do governo Lula, 39 ministérios com a recente criação do Ministério de micro e pequenas empresas, no Governo Dilma.
Só me resta indagar como alguém consegue governar com 39 Ministérios? Mais, como gerir um governo com 23.500 cargos de confiança, ou seja, nomeados por indicação, e não por concurso público?

Definitivamente, não há como administrar uma instituição pública que se diz séria com tamanho inchaço. O resultado não seria diferente do que é constatado todos os dias: denúncias, irregularidades, desvios.
Voltando nossos olhos para os municípios, a situação é drasticamente diferente. O desperdício de dinheiro com o inchaço da máquina, como ocorre no Governo Federal, dá lugar à completa dependência de recursos estaduais e federais para realizar obras e projetos simples e de extrema necessidade e importância para o bom funcionamento das cidades.

Apesar de pouco se falar sobre isso durante as campanhas eleitorais, os municípios vivem com uma dependência grave em relação aos seus respectivos Estados e a União, o que deforma o modelo adotado na nossa federação.

Como consequência disso tudo, constata-se a baixa qualidade dos serviços públicos, os ainda inexpressivos índices brasileiros de educação, saúde, segurança ou infraestrutura.

Mas como não sou um analista, sou um aprendiz de político, diria basicamente que as soluções para esses problemas, que afetam a nossa população, passam pela revisão do modelo de administração pública que é adotado no Brasil.
Nenhuma mudança seja administrativa, orçamentária ou financeira será possível, sem antes promovermos um amplo debate sobre Reforma política no Brasil. Somente a readequação do sistema político-eleitoral seria capaz de acabar com o fisiologismo que corrói as instituições e com o toma lá dá cá que desmoraliza a política e compromete a administração pública.

Reduzir ministérios, enxugar a máquina federal, cortar cargos de confiança e gastos de custeio supérfluos, e ainda ampliar a transparência pública, são medidas que uma concreta Reforma administrativa do Governo federal seria capaz de fazer. Para os municípios a solução deve vir em consonância com essa reforma do governo federal.

Fazer a Reforma tributária e readequar o Pacto Federativo são medidas que precisam ser feitas no âmbito do Congresso Nacional; como consequência, a inversão da pirâmide orçamentária ficaria muito mais fácil para ser feita, em que se criaria regulamentação para que a maior parte dos tributos arrecadados fossem distribuídos entre os municípios e não ficassem, como ocorre hoje, concentrados nos cofres da União.

É essa a concepção que tenho de municipalização, ou seja, repasse de recursos e responsabilidades para o âmbito dos municípios, que teriam melhores condições, inclusive administrativas, para enfrentar de frente e buscar soluções para os problemas vividos pela população.
Relembrando Franco Montoro, “as pessoas vivem nos Municípios”, logo, é a esfera do Poder municipal que devemos fortalecer, pois a mudança pela qual tanto lutamos, necessariamente passa por eles.

sábado, 17 de novembro de 2012

Presidente Rodrigues Alves


Uma sociedade sem memória está fadada ao fracasso. Por isso, trago aqui um conjunto de memórias sobre Rodrigues Alves, 5º Presidente do Brasil, que nasceu em Guaratnguetá e cursou a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, assim como eu.

Francisco de Paula Rodrigues Alves nasceu em Guaratinguetá, no interior de São Paulo, em 7 de julho de 1848 e faleceu no Rio de Janeiro, 16 de janeiro de 1919. Foi advogado, político, Conselheiro do Império, presidente da província de São Paulo, Presidente do Estadode São Paulo, Ministro da Fazenda e quinto Presidente do Brasil.

O pai viera para o Brasil em 1832, fixando-se em Guaratinguetá, onde se dedicou à lavoura, tornando-se cafeicultor. Rodrigues Alves estudou no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, e ali permaneceu sete anos, diplomando-se em Letras. Era colega de Joaquim Nabuco, que dizia nunca ter tirado o primeiro lugar por culpa de Rodrigues Alves! Em seguida, cursou e bacharelou-se na tradicional Academia do Largo de São Francisco (Academia de Direito de São Paulo, hoje USP), na turma de 1870. A esta turma, em determinado período, pertenceram também Rui Barbosa, Aureliano Coutinho, Castro Alves e Afonso Pena.

Em 1875 casou-se com Ana Guilhermina de Oliveira Borges, neta de Francisco de Assis e Oliveira Borges, Visconde de Guaratinguetá. A carreira política de Rodrigues Alves começou apoiada em dois importantes e sólidos pilares: primeiro, a influência que lhe passou o poderoso visconde, chefe conservador da província, escolhido por representar na época a região que, em razão da enorme produção cafeeira, era a mais rica de São Paulo. Segundo, o fato de pertencer à Burschenschaft ou Bucha como chamavam os estudantes, sociedade secreta que existiu por muitos anos no Largo de São Francisco. De seus quadros saíram um sem número de estadistas com fortíssima influência na política brasileira do final do Império e na República Velha.

Foi juiz de paz, promotor e vereador em Guaratinguetá, empresário de sucesso do ramo do café, tornou-se a terceira maior fortuna do país.

Cumpriu dois mandatos como deputado provincial pelo Partido Conservador (1872 - 1875 e 1878 - 1879). Foi eleito deputado geral (1885 - 1887) e presidente da província de São Paulo (1887 - 1888).

Foi conselheiro do Império em 1888, título que usou até o fim da vida, sempre chamado de "Conselheiro Rodrigues Alves".

Com o advento da República filia-se ao Partido Republicano Paulista (PRP) ao qual permaneceria afiliado até o fim da vida. Em 1890 foi eleito deputado para a Assembleia Constituinte e em 1891 foi nomeado ministro da Fazenda do governo de Floriano Peixoto. Em 1893 foi eleito senador por seu estado, renunciando em 1894 para ocupar novamente a pasta da Fazenda no governo Prudente de Morais. Rodrigues Alves foi o negociador da consolidação dos empréstimos externos com os banqueiros ingleses. Reelegeu-se Senador em 1897, ficando no cargo até 1900.

Rodrigues Alves foi presidente do estado de São Paulo entre 1900 e 1902, antes de assumir a presidência da República, nessa época inaugurou a primeira usina hidrelétrica da São Paulo Light, a Usina de Santana de Parnaíba, conhecida como Barragem Edgard de Souza.

Rodrigues Alves foi eleito presidente da república em 1 de março de 1902, obtendo 592.039 votos contra 42.542 de seu principal competidor Quintino Bocaiúva. O vice-presidente eleito foi Francisco Silviano de Almeida Brandão, que faleceu, sendo substitituído por Afonso Pena. Assumiu a presidência da República em 15 de novembro de 1902.

Seu governo foi destacado pela campanha de vacina obrigatória (que ocasionou a Revolta da Vacina), promovida pelo médico sanitarista e ministro da Saúde Osvaldo Cruz, e pela reforma urbana da cidade do Rio de Janeiro, realizada sob os planos do prefeito do Rio de Janeiro, o engenheiro Pereira Passos, que incluiu, além do remodelamento da cidade, a melhoria de estradas de ferro e a construção do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Ocorreu também em seu governo a chamada revolta da Escola Militar.

No último ano de governo, apesar da oposição de Rodrigues Alves, foi concluído o Convênio de Taubaté, com apoio do Congresso Nacional. Assinado pelos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, o convênio instituiu a estabilização cambial e a proteção aos cafeicultores, cabendo ao governo central comprar as safras com recursos financeiros externos e estocá-las para vendê-las no momento oportuno.

Sua administração financeira foi muito bem sucedida. O presidente dispunha de muito dinheiro, já que seu governo coincidiu com o auge do ciclo da borracha no Brasil, cabendo ao país 97% da produção mundial. Em 1903, Rodrigues Alves comprou a região do Acre da Bolívia, pelo Tratado de Petrópolis - processo conduzido pelo então diplomata José Maria da Silva Paranhos Júnior (Barão do Rio Branco). Deixou a presidência em 1906, com grande prestígio, sendo chamado "o grande presidente".

Após o período presidencial, em 1912, foi novamente eleito presidente do estado de São Paulo, nesse período, reorganizou o Gabinete de Investigações e Capturas criado em 1910, o que modernizou e reequipou a Polícia Civil de São Paulo. Também em 1912,  implantou a Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, atual Faculdade de Medicina da USP, sendo que as primeiras aulas foram dadas já em 1913.

Encerrado o mandato de Presidente de São Pauloem 1916, voltou a ocupar, pela terceira vez, uma cadeira no Senado Federal (1916-1918).
 
Foi eleito para o segundo mandato como presidente da República em 1 de março de 1918 com quase a totalidade dos votos: 386.467 votos contra 1.258 votos obtidos por Nilo Peçanha.

Contraiu a gripe espanhola O vice-presidente eleito Delfim Moreira assumiu interinamente a presidência no dia 15 de novembro de 1918. Em virtude do falecimento de Rodrigues Alves, ocorrido em janeiro de 1919, Delfim Moreira assumiu, em definitivo a presidência.


Presídios "medievais" abandonados pelo Governo


No começo da semana, o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, classificou os presídios brasileiros como "medievais" e disse que preferiria morrer a ser preso em uma das cadeias do país.


Apesar da lucidez ao reconhecer a grave situação dos presídios brasileiros, o Ministro não a traduz na gestão de políticas públicas pertinentes à sua pasta.


O Jornal O Estado de São Paulo apurou que os presídios brasileiros receberam menos de 1% do valor de investimento previsto para este ano. Ao se considerar os cinco programas do Fundo Penitenciário Nacional cuja destinação é a recuperação e a construção de novas unidades, nota-se que pouco do total de R$ 277,5 milhões saiu dos cofres dos governo federal - apenas R$ 2.579.776,61.

Ou seja, no discurso o Ministro reconhece a calamidade pública dos presídios, mas na prática, muito pouco se fez no que tange aos investimentos previstos para reparar o grave problema. Há projetos e previsões de investimento no Orçamento, mas quase nada saiu do papel até agora.

Fonte: Jornal O Estado de São Paulo

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Aloysio Nunes entre os melhores Senadores de 2012

Na política a gente tem que lutar por um ideal, por algo em que a gente acredita. É com esse pensamento que eu faço política, desde a minha eleição pro Parlamento Jovem Paulista, quando tive a certeza que a política era meu destino. Ao longo dos últimos anos, tive a oportunidade de conhecer muita gente, e o ingresso na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da USP, foi um importante marco para que passasse a conviver com juristas reconhecidos e figuras ilustres que cotidianamente visitam a Faculdade.

Com apenas 18 anos, não disputei nenhuma eleição, embora já tenha na bagagem algumas realizações. Uma das maiores que tive desde logo, foi ter participado e colaborado ativamente para a eleição de Aloysio Nunes para o Senado, em 2010.

As pessoas me perguntavam por que um jovem de 16 anos, no final do Ensino médio, montara um comitê domiciliar na sua própria casa, por que eu tinha adesivado os carros da família e havia colado banners da campanha em cima das placas comerciais que meu pai tinha, espalhadas pela cidade. As pessoas não entendiam, o porquê da campanha na internet, nem o porquê das mobilizações jovens que fiz com meus amigos, em que panfletamos na avenida próxima à nossa escola, e na feira livre aos sábados, ao término das nossas provas. As pessoas não entendiam a razão do meu engajamento e compromisso com a eleição do Aloysio Nunes para o Senado, e ficavam ainda mais transtornadas quando ficavam sabendo que aquilo tudo era feito de forma voluntária e espontânea.

Mas eu nunca me cansei de explicar. A eleição do Aloysio Nunes para o Senado, era a garantia da volta da representatividade dos paulistas no Senado. Pra mim, assíduo telespectador da TV Senado, era frustrante ver a carência e a baixa qualidade da representação de São Paulo naquela Casa. Me recordo que entre 2007 e 2010, acompanhava a atuação de diversos Senadores que sempre admirei, como Arthur Virgílio do Amazonas, Jarbas Vasconcelos, Marco Maciel e Sérgio Guerra de Pernambuco, José Agripino do Rio Grande do Norte, e tantos outros, mas quando olhava pra bancada de São Paulo, via que não tínhamos alguém que falasse dos interesses de São Paulo, e não apenas dos interesses do Governo do PT, como ocorria.

Aloysio Nunes foi eleito. E com a maior votação da história, mais de 11 milhões. Em Guaratinguetá teve praticamente o dobro de votos do segundo colocado, e no Vale do Paraíba, mais uma enxurrada de votos decisivos na sua vitória. Me senti feliz ao ver que a minha participação na eleição tinha dado frutos, colaborei com aquela vitória pois sabia que aquela era a vitória de São Paulo. A mobilização que fizemos foi para elegermos Aloysio Nunes ao Senado, Geraldo Alckmin ao Governo do Estado e José Serra à Presidência da República - e os três ganharam com expressivas votações em Guaratinguetá e no Estado de São paulo como um todo.

O Congresso em Foco com apoio de jornalistas, selecionou os melhores Senadores da República em 2012, neste seleto grupo, lá estava Aloysio Nunes! Depois, com a escolha de internautas, Aloysio Nunes ganhou o prêmio Congresso em Foco pela defesa do desenvolvimento econômico. Dizia na campanha, que com a eleição de Aloysio Nunes #451, São Paulo ficaria bem representado no Senado. Pois bem, promessa cumprida!

Não só pela colocação do Aloysio entre os melhores Senador de 2012, mas também pela sua atuação ativa no Senado. Relator do Projeto que criou a Comissão da Verdade, integrante da Comissão que discute o Novo Código Penal, voz ativa da oposição, na fiscalização ao Governo Dilma. É por isso, e por tantas outras razões que reafirmo o orgulho de ter tido a oportunidade de conhecer e de votar em Aloysio Nunes, a voz ativa do povo paulista na tribuna do Senado! São em grandes políticos em que me inspiro, Aloysio Nunes é um deles!

 

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Os melhores do Senado em 2012

Jornalistas ouvidos pelo site Congresso em Foco, fizeram uma lista dos 10 melhores Senadores no ano de 2012. O resultado não é surpreendente, pois os escolhidos exercem papeis ativos nas Comissões temáticas, nas CPI´s e no Plenário do Senado, onde, da tribuna, os Senadores proferem seus discursos.

Os melhores Senadores de 2012 são:

- Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP)
Natural de São José do Rio Preto (SP), 67 anos, está em seu primeiro mandato no Senado. Começou sua militância política no combate à ditadura militar. Perseguido, exilou-se na França, de onde retornou em 1979. Foi deputado estadual e federal, vice-governador, secretário estadual, ministro da Justiça e secretário-geral da Presidência no governo Fernando Henrique Cardoso. É o senador eleito com a maior votação da história do país, com 11,2 milhões de votos. No Senado, foi relator do projeto que criou a Comissão da Verdade. Também é destaque na Segurança Jurídica e no Desenvolvimento Econômico.

- Ana Amélia (PP-RS)
Gaúcha de Lagoa Vermelha, tem 67 anos e exerce o primeiro mandato eletivo. Mantém postura de independência em relação ao Governo, tem atuação voltada para as questões econômicas e a defesa do agronegócio. Pela segunda vez entre os melhores senadores, é destaque este ano também na Defesa da Previdência e dos Servidores Públicos e na Defesa dos Consumidores.

- Cristovam Buarque (PDT-DF)
Recifense, 68 anos, está no segundo mandato no Senado. Foi reitor da Universidade de Brasília (UnB). Como governador, instituiu o Bolsa-Escola. Foi o primeiro ministro da Educação do governo Lula. Foi considerado o melhor senador pelos internautas quatro vezes. É destaque também na Defesa da Inovação Tecnológica.

- Eduardo Suplicy (PT-SP)
Paulistano, 71 anos, exerce o terceiro mandato no Senado. É professor universitário, economista e administrador. Foi deputado estadual e federal. Tem como principal bandeira política a expansão do Programa Renda Básica de Cidadania, previsto em lei de sua autoria. Recebeu o Prêmio Congresso em Foco em todas as suas edições. Também é destaque na Defesa da Democracia.

- Paulo Paim (PT-RS)
De Caxias do Sul (RS), 62 anos, é metalúrgico e sindicalista. É reconhecido pela atuação em favor do aumento real do salário mínimo, dos aposentados, da população negra e dos excluídos em geral. É autor dos Estatutos do Idoso, da Igualdade Racial e da Pessoa com Deficiência. Recebe o Prêmio Congresso em Foco pela sexta vez. É destaque este ano também na Defesa dos Consumidores e na Defesa da Previdência e dos Servidores Públicos.

- Pedro Simon (PMDB-RS)
De Caxias do Sul (RS), tem 82 anos e está no quarto mandato no Senado. Advogado criminalista e professor universitário, foi vereador, deputado estadual, ministro da Agricultura e governador. Coordenou nacionalmente o movimento Diretas Já. Teve atuação destacada nas CPIs do PC e dos Anões do Orçamento e foi líder do governo Itamar Franco no Senado. Desde então, tem se posicionado com independência em relação aos sucessivos governos. Contemplado com o Prêmio Congresso em Foco em todas as suas sete edições. É destaque na Defesa da Segurança Jurídica e Cidadania e na Defesa da Democracia

- Pedro Taques (PDT-MT)
De Cuiabá, tem 44 anos e está em seu primeiro mandato eletivo. Ex-procurador da República, tornou-se conhecido por sua atuação contra o crime organizado e os esquemas de lavagem de dinheiro. Mantém independência em relação ao governo. É destaque na Defesa da Democracia, na Defesa da Segurança Jurídica e da Cidadania e no Combate ao Crime Organizado.

- Randolfe Rodrigues (Psol-AP)
Pernambucano de Garanhuns, tem 40 anos. Professor universitário, historiador e bacharel em Direito, com mestrado em Políticas Públicas, é o mais jovem senador do país. Começou sua militância política no movimento estudantil. Foi deputado estadual duas vezes pelo PT. Entre os melhores senadores pelo segundo ano, é destaque em outras quatro categorias: Parlamentar de Futuro, Combate ao Crime Organizado, Defesa da Democracia, e da Segurança Jurídica e Cidadania.

- Rodrigo Rollemberg (PSB-DF)
Carioca, 53 anos, exerce o primeiro mandato de senador. É formado em História e funcionário efetivo do Senado. Foi deputado distrital e federal e secretário de Turismo do Distrito Federal. Também foi secretário de Inclusão Social do Ministério de Ciência e Tecnologia. Preside a Comissão de Meio Ambiente e Fiscalização e conduz as discussões sobre a reformulação do Código de Defesa dos Consumidores. Recebe o Prêmio Congresso em Foco pelo quinto ano consecutivo. Destaque na Defesa dos Consumidores pela segunda vez, também concorre na Defesa da Inovação Tecnológica.

- Walter Pinheiro (PT-BA)
Nasceu em Salvador, tem 53 anos e está em seu primeiro mandato no Senado. Foi presidente do Sindicato dos Telefônicos (Sinttel) na Bahia e dirigente da Central Única dos Trabalhadores. Vereador, deputado federal, foi secretário estadual de Planejamento da Bahia em 2009. É o atual líder do PT no Senado. Também é destaque na Defesa da Inovação Tecnológica.

Fonte: Congresso em Foco

Os melhores da Câmara dos Deputados em 2012

Aqui, a lista dos melhores Deputados Federais no ano de 2012, segundo avaliação do Congresso em Foco.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Aniversário de Geraldo Alckmin

Hoje, 07/11, o Governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, comemora seu aniversário e completa 60 anos.

Natural de Pindamonhangaba, médico, ingressou muito cedo na vida pública, como vereador de sua cidade, vizinha da minha Guaratinguetá. Geraldo Alckmin foi Prefeito, Deputado Estadual, Deputado Federal, participou da elaboração da Constituição, relatou o projeto que criou o Código de Defesa do Consumidor, e foi entre 1994 e 2001, vice-governador de São Paulo, ao lado do saudoso Governador Mário Covas.

Com a morte do Governador Mário Covas, Alckmin assumiu o Governo, reelegendo-se em 2002. Em 2006 foi candidato a Presidente da República, ocasião em que o conheci na visita que fez ao Santuário Nacional de Aparecida, no dia 12 de Outubro daquele ano.

Em 2010, foi eleito novamente para o Governo do Estado de São Paulo, cargo que ocupa atualmente. Em Julho deste ano, estive com o Governador Geraldo Alckmin em visita que fiz ao Palácio dos Bandeirantes, na oportunidade reforcei minha admiração pelo seu trabalho e sua biografia, e ele por sua vez, me encorajou a entrar na política, a lutar pelos valores e ideais em que acredito.

Figura pública séria, Alckmin exerce a política com a mesma energia e coragem com que começou a sua trajetória, e isso é facilmente comprovado por aqueles que o acompanharam ao longo desses anos. Geraldo Alckmin é exemplo como homem público, sempre disposto a servir ao povo e a trabalhar em prol do interesse público.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

50 mil acessos

Desde a criação deste blog, venho perseguindo os objetivos; falar sobre política não é algo "popular", não é simples de explicar nem simples de entender, mas é isso que venho fazendo. Com o retorno de milhares de pessoas que acessam o blog, acompanham os textos, me enviam mensagens e ajudam na divulgação, sinto que estamos no caminho certo.

Neste espaço escrevo sobre o cotidiano político do Brasil e do Mundo, e sobre as minhas experiências políticas pessoais, a partir da minha eleição como Deputado Estadual Jovem, e desde então, me guio com a intenção de promover a conscientização política dos jovens e dos eleitores em geral, por acreditar que isso pode fortalecer a democracia e melhorar a política como um todo.

Chegamos aos 50 mil acessos!

Deixo aqui o meu muito obrigado, meu forte abraço e meu convite para que continuemos juntos debatendo política e conscientizando jovens para mudarmos o Brasil!

sábado, 3 de novembro de 2012

Com vitórias e derrotas se faz a democracia

Volto a escrever após as eleições Municipais de 2012. Seria muito pretensioso tentar traduzir com fidelidade e eficiência os recados das urnas, mas me cabe constatar que os clamores por bons administradores e por renovação ficaram marcados.

A democracia é assim, os partidos se articulam, os nomes são lançados, os eleitores se posicionam e por vezes se reposicionam, até que as urnas se fecham, e a apuração traduz os anseios da população, revertidos em votos, de confiança, de esperança ou de protesto.
Esse jogo eleitoral é imprevisível, relembrando Magalhães Pinto, “a política é como a nuvem”, diria que as eleições também o são. As reviravoltas entre calmarias e turbulências podem colocar em xeque qualquer favoritismo, assim como podem colocar desconstruir pesquisas eleitorais, discursos moldados por marqueteiros e as análises feitas pelos cientistas políticos.

Acho que a eleição é como uma aposta, com o risco de contingência entre as promessas do candidato e as ações do administrador público, isso, que exigem do político não apenas um bom marqueteiro de campanha, mas também, um excelente gabarito técnico que o permita balizar entre os desafios e governar, como se diz, alargando as paredes do possível, tornando aquilo que é necessário, viável.
As urnas falam, se concordamos ou não com ela, isso depende, mas se elas escolheram pelo certo ou pelo errado, só cabe ao tempo dizer. Aliás, não acho que na política tenha o Bem e o Mal, esse dualismo barato mascara a rica diversidade e complexidade do campo político. Assim como no Direito, a Política é um vértice de um polígono, que pode ser visto a partir de diversos ângulos, de modo que cada um, a seu modo, pode analisar e concluir de maneira diversa dos demais, em resumo, a divergência é a regra, e não a exceção.

O fato é que as eleições municipais são também particulares, em que muito mais do que por partidos, os eleitores se orientam a partir dos candidatos e suas propostas, preocupados com os reflexos que estas terão diretamente na vida e no cotidiano de todos.
No Brasil, as eleições são disputadas olhando-se para o pleito posterior, ou seja, os caciques políticos dos diversos partidos, montam estratégias, planejam, sobem em palanques Brasil à fora, acompanham e participam das eleições municipais, com os olhos e um dos pés, voltados para as eleições majoritárias que ocorrem dois anos depois.

A democracia é um jogo contingente, nunca se sabe se a população acertou ou errou nas escolhas que tomou, e esse juízo de valor só cabe aqueles que no futuro olharão para trás, aliás, me lembro de um professor de História que repreendia sempre que alguém vinha com um “e se,...” pois, segundo ele, à História não cabe fazer especulações, e sim análises isentas, frias e concretas sobre o que já passou.

Vitórias, derrotas, reviravoltas, aflição e ansiedade são sentimentos que acompanham aqueles que convivem com a política. Com acertos e erros faz-se a democracia, cabe-nos consolidarmos os acertos e repararmos os erros, e a partir disso, reafirmo a necessidade de reformarmos o sistema político-eleitoral e de revigorarmos as instituições partidárias. A democracia se expressa nas urnas, mas a política cada vez mais se faz nas redes sociais, este é um processo de transição, de transformação, e nos cabe percebê-lo e acompanhá-lo; a política do século XXI exigirá isso de nós.
Com vitórias e derrotas, gostando ou não dos resultados, só nos cabe acatar a voz da urna, e festejar, pois assim caminha a democracia!