Páginas

terça-feira, 28 de maio de 2013

Dependência econômica e política

Assisti com perplexidade as imagens veiculadas no Brasil inteiro a respeito dos tumultos após boatos de que o Bolsa Família iria acabar.

Na aglomeração de gente e nas declarações daquelas pessoas, vi algo que sempre soube que existia, mas que nunca havia visto concretamente; me refiro ao rosto da perplexidade, do desespero e da dependência.
Se a Bolsa Família realmente fosse extinta, não seria apenas o programa que teria fim, visto que as condições básicas de sobrevivência daquelas pessoas também se esfacelariam e fariam com que esses milhões que hoje recebem o benefício, voltassem ao estágio inicial de necessidade, carência, pobreza e fome.

O que nos leva a constatação de que se o programa acabasse hoje, os “milhões retirados da pobreza” voltariam a uma situação igual ou pior do que aquela quando se cadastraram para receber tal benefício.

O Programa de distribuição de renda, idealizado há décadas, foi introduzido no âmbito federal a partir de uma série de projetos do Governo Fernando Henrique, como o Bolsa Alimentação, o Auxílio Gás e o Bolsa Escola, e que se fundiram no cartão “Bolsa Família” durante o Governo Lula, até posteriormente tornar-se carro chefe da administração petista e bandeira principal na sua propaganda oficial.

Contudo, destaca-se que o programa de distribuição de renda no Brasil não passa de uma proposta de suavização dos efeitos imediatos da pobreza e da fome, em outras palavras, uma medida provisória e emergencial diante do iminente problema da desigualdade econômica e social.

Mas num país de medidas provisórias com efeitos permanentes, a Bolsa Família é colocada como alavanca de Arquimedes que transforma a realidade e propulsiona os índices econômicos e sociais para cima, o que de fato faz, mas de forma limitada.

Mais do que suavizar os efeitos da pobreza e da fome, é preciso em consonância com isso, promover a democratização da educação, do trabalho digno e do acesso aos serviços públicos de qualidade em saúde, habitação e saneamento básico, por exemplo.

Tudo isso leva tempo e dinheiro, e talvez por isso não constem na agenda política das prioridades públicas.

É preciso criar condições progressivas para que cada vez mais, as pessoas precisem recorrer menos à Bolsa Família; é preciso criar condições para que a simples hipótese de fim desse programa não gere pânico, mas comemoração em um cenário ideal de democratização e igualdade a partir das políticas públicas implementadas por políticos que governem olhando para as próximas gerações, e não apenas para as próximas eleições. Mais do que possível, é necessário tomar esse rumo em prol do Brasil!

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Elefante branco

A transposição do Rio São Francisco foi apresentada como uma obra que tiraria milhões de nordestinos da seca, contudo, desde o início das obras, surgiram mais e mais denúncias de irregularidades, superfaturamento e falhas de engenharia no projeto.

Fantástico: TCU vê R$ 734 mi em irregularidades na obra do Rio São Francisco

Quando se constata que a milagrosa obra de transposição do Rio São Francisco está repleta de sucessivas falhas e de inúmeros casos de desperdício e de desvio do dinheiro público, podemos tristemente concluir que o guaratinguetaense e nosso orgulho, D. Luis Cappio - Bispo de Barra (BA), estava certo esse tempo todo ao posicionar-se contra esse grandioso elefante branco brasileiro.
Swissinfo: Dom Cappio: "O objetivo da transposição já foi alcançado"

 

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Em número de Ministérios, o Brasil só perde para o Gabão

Com o ingresso de Guilherme Afif na Secretaria de Micro e Pequenas empresas, o Brasil chega ao estratosférico número de 39 Ministérios. Segundo o Senador Aécio Neves, em número de Ministérios, o Brasil só perde para o Gabão, com 40.

“A posse de mais um ministro de Estado é algo inimaginável.” “Como diz o conselheiro da Presidência, meu amigo Jorge Gerdau, é uma burrice sem tamanho”, disse Aécio.

“Recentemente, um estudo da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, em mais de 170 países, mostrou que os países mais bem administrados são aqueles que têm entre 19 e 22 ministérios.”

Com a máquina pública pesada e inchada, abre-se caminho para a inoperância, desorganização e corrupção. A situação se agrava quando se constata que a criação e nomeação de novos Ministros tornou-se moeda de troca entre o Poder Executivo e os partidos aliados que compõem a base de sustentação ao governo dentro do Congresso Nacional.

“É impossível administrar com tanta gente”, resumiu o empresário Jorge Gerdau, coordenador da Câmara de Gestão.

Se seguirmos nessa "toada", vão faltar cadeiras para acomodar todos os Ministros no "Salão Oval" do Palácio do Planalto (onde tradicionalmente são feitas as reuniões ministeriais).

 
Fonte: Blog do Josias