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sábado, 17 de novembro de 2012

Presidente Rodrigues Alves


Uma sociedade sem memória está fadada ao fracasso. Por isso, trago aqui um conjunto de memórias sobre Rodrigues Alves, 5º Presidente do Brasil, que nasceu em Guaratnguetá e cursou a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, assim como eu.

Francisco de Paula Rodrigues Alves nasceu em Guaratinguetá, no interior de São Paulo, em 7 de julho de 1848 e faleceu no Rio de Janeiro, 16 de janeiro de 1919. Foi advogado, político, Conselheiro do Império, presidente da província de São Paulo, Presidente do Estadode São Paulo, Ministro da Fazenda e quinto Presidente do Brasil.

O pai viera para o Brasil em 1832, fixando-se em Guaratinguetá, onde se dedicou à lavoura, tornando-se cafeicultor. Rodrigues Alves estudou no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, e ali permaneceu sete anos, diplomando-se em Letras. Era colega de Joaquim Nabuco, que dizia nunca ter tirado o primeiro lugar por culpa de Rodrigues Alves! Em seguida, cursou e bacharelou-se na tradicional Academia do Largo de São Francisco (Academia de Direito de São Paulo, hoje USP), na turma de 1870. A esta turma, em determinado período, pertenceram também Rui Barbosa, Aureliano Coutinho, Castro Alves e Afonso Pena.

Em 1875 casou-se com Ana Guilhermina de Oliveira Borges, neta de Francisco de Assis e Oliveira Borges, Visconde de Guaratinguetá. A carreira política de Rodrigues Alves começou apoiada em dois importantes e sólidos pilares: primeiro, a influência que lhe passou o poderoso visconde, chefe conservador da província, escolhido por representar na época a região que, em razão da enorme produção cafeeira, era a mais rica de São Paulo. Segundo, o fato de pertencer à Burschenschaft ou Bucha como chamavam os estudantes, sociedade secreta que existiu por muitos anos no Largo de São Francisco. De seus quadros saíram um sem número de estadistas com fortíssima influência na política brasileira do final do Império e na República Velha.

Foi juiz de paz, promotor e vereador em Guaratinguetá, empresário de sucesso do ramo do café, tornou-se a terceira maior fortuna do país.

Cumpriu dois mandatos como deputado provincial pelo Partido Conservador (1872 - 1875 e 1878 - 1879). Foi eleito deputado geral (1885 - 1887) e presidente da província de São Paulo (1887 - 1888).

Foi conselheiro do Império em 1888, título que usou até o fim da vida, sempre chamado de "Conselheiro Rodrigues Alves".

Com o advento da República filia-se ao Partido Republicano Paulista (PRP) ao qual permaneceria afiliado até o fim da vida. Em 1890 foi eleito deputado para a Assembleia Constituinte e em 1891 foi nomeado ministro da Fazenda do governo de Floriano Peixoto. Em 1893 foi eleito senador por seu estado, renunciando em 1894 para ocupar novamente a pasta da Fazenda no governo Prudente de Morais. Rodrigues Alves foi o negociador da consolidação dos empréstimos externos com os banqueiros ingleses. Reelegeu-se Senador em 1897, ficando no cargo até 1900.

Rodrigues Alves foi presidente do estado de São Paulo entre 1900 e 1902, antes de assumir a presidência da República, nessa época inaugurou a primeira usina hidrelétrica da São Paulo Light, a Usina de Santana de Parnaíba, conhecida como Barragem Edgard de Souza.

Rodrigues Alves foi eleito presidente da república em 1 de março de 1902, obtendo 592.039 votos contra 42.542 de seu principal competidor Quintino Bocaiúva. O vice-presidente eleito foi Francisco Silviano de Almeida Brandão, que faleceu, sendo substitituído por Afonso Pena. Assumiu a presidência da República em 15 de novembro de 1902.

Seu governo foi destacado pela campanha de vacina obrigatória (que ocasionou a Revolta da Vacina), promovida pelo médico sanitarista e ministro da Saúde Osvaldo Cruz, e pela reforma urbana da cidade do Rio de Janeiro, realizada sob os planos do prefeito do Rio de Janeiro, o engenheiro Pereira Passos, que incluiu, além do remodelamento da cidade, a melhoria de estradas de ferro e a construção do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Ocorreu também em seu governo a chamada revolta da Escola Militar.

No último ano de governo, apesar da oposição de Rodrigues Alves, foi concluído o Convênio de Taubaté, com apoio do Congresso Nacional. Assinado pelos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, o convênio instituiu a estabilização cambial e a proteção aos cafeicultores, cabendo ao governo central comprar as safras com recursos financeiros externos e estocá-las para vendê-las no momento oportuno.

Sua administração financeira foi muito bem sucedida. O presidente dispunha de muito dinheiro, já que seu governo coincidiu com o auge do ciclo da borracha no Brasil, cabendo ao país 97% da produção mundial. Em 1903, Rodrigues Alves comprou a região do Acre da Bolívia, pelo Tratado de Petrópolis - processo conduzido pelo então diplomata José Maria da Silva Paranhos Júnior (Barão do Rio Branco). Deixou a presidência em 1906, com grande prestígio, sendo chamado "o grande presidente".

Após o período presidencial, em 1912, foi novamente eleito presidente do estado de São Paulo, nesse período, reorganizou o Gabinete de Investigações e Capturas criado em 1910, o que modernizou e reequipou a Polícia Civil de São Paulo. Também em 1912,  implantou a Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, atual Faculdade de Medicina da USP, sendo que as primeiras aulas foram dadas já em 1913.

Encerrado o mandato de Presidente de São Pauloem 1916, voltou a ocupar, pela terceira vez, uma cadeira no Senado Federal (1916-1918).
 
Foi eleito para o segundo mandato como presidente da República em 1 de março de 1918 com quase a totalidade dos votos: 386.467 votos contra 1.258 votos obtidos por Nilo Peçanha.

Contraiu a gripe espanhola O vice-presidente eleito Delfim Moreira assumiu interinamente a presidência no dia 15 de novembro de 1918. Em virtude do falecimento de Rodrigues Alves, ocorrido em janeiro de 1919, Delfim Moreira assumiu, em definitivo a presidência.


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