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domingo, 30 de outubro de 2011

"Não basta mudar o Ministro, é preciso mudar o modelo"

Artigo que escrevi no meu blog no Observador Político.

A frase foi dita, pelo Senador e líder do PSDB, Álvaro Dias. E ela se encaixa como uma luva no recente noticiário de escândalos envolvendo Ministros do Governo Dilma, que curiosamente, ou foram herdados do Governo Lula, ou foram indicados por ele, com uma única exceção (no caso do Ministério do Turismo e o ex-ministro Pedro Novais, indicado pelo Senador José Sarney).

É verdade, e não podemos negar que houve um avanço na postura da Presidente em relação ao seu antecessor. Enquanto Lula passava a mão na cabeça dos malfeitores e preferia culpar a “imprensa golpista” pelas denúncias, Dilma tem agido de forma discreta e quase sempre sistemática.

Ela prontamente exige que o Ministro acusado se explique e não faz muito esforço para mantê-lo no cargo. Contudo, quando o próprio denunciado resolve pedir demissão do cargo, pressionado pela opinião pública, Dilma transfere ao partido que já controlava a pasta, e, portanto, era conivente com os esquemas ali montados, a função de indicar um novo Ministro.

Ou seja, troca-se o Ministro, mas não se tira daqueles que o indicaram, o poder de escolher um novo nome para a pasta.

Além de tudo, além da grande mobilização governista para combater qualquer iniciativa de se montar CPIs ou de se fazer quaisquer investigações no Congresso, Dilma vem dando continuidade ao sistema de “toma-lá-da-cá” herdado de Lula, que angariou apoio ao seu Governo no Congresso, e que vem alimentado à base de cargos e fisiologismo, a grande coalizão de diversos partidos que a elegeu.

Enquanto não partir do Planalto uma clara iniciativa de se remodelar o sistema, através da Reforma Política e Eleitoral, a fim de que se possa romper com o fisiologismo que vem emperrando o bom funcionamento da República, continuaremos acompanhando sucessivos escândalos de corrupção denunciados pela imprensa, seguidos pela negação e queda de Ministros denunciados, e a nomeação de seus sucessores não levando em conta a capacidade técnica destes, e sim, a sua filiação partidária.

Termino parafraseando o Senador Álvaro Dias: Não basta mudar Ministros e manter o domínio do seu partido naquele Ministério. É preciso permitir as investigações e promover as Reformas estruturais no âmbito da administração pública e do efetivo combate à corrupção.

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