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domingo, 2 de outubro de 2011

Cyro Miranda e a crise econômica mundial

Trechos do pronunciamento do Senador Cyro Miranda sbre a crise econômica mundial e os desafios do Brasil, em 09/08/2011.

A crise mundial de 2008 não se tratava de uma “marolinha” como dizia o Presidente Lula, porque, como bem observa a Presidenta Dilma, “o Brasil não é uma ilha isolada do mundo” e não está “imune” à crise internacional.

O Brasil precisa tirar lições importantes dessa conjuntura mundial tanto para fazer o dever de casa no plano interno como para intensificar novas parcerias regionais.

A avaliação da economia brasileira precisa considerar cenários futuros no curto, no médio e no longo prazo.  É preciso proteger a nossa economia! É preciso proteger a nossa indústria! É preciso proteger o nosso mercado de trabalho!

Se não tomarmos medidas severas nesse sentido, acabaremos por pagar boa parte da conta da crise mundial.

Os Estados Unidos emitem moeda sem parar; a China cria um câmbio artificial para garantir o crescimento constante; a União Europeia segue com suas costumeiras barreiras tarifárias e sanitárias. Nós não podemos ficar parados, inertes, diante desse rolo compressor que está moendo a indústria brasileira e pode esmagar o comércio de commodities.

A competitividade dos produtos brasileiros, portanto, precisa ser garantida em duas frentes: uma, sem dúvida, é a desoneração fiscal como forma de incentivar as indústrias.

Mas a tarefa maior do Brasil é no campo da infraestrutura para o escoamento da produção, ainda centrada no modal rodoviário e em portos lentos no embarque e dispendiosos nos desembaraçamentos alfandegários.

Uma rede multimodal de transporte, capaz de integrar rodovias, ferrovias e hidrovias, teria maior efeito sobre a competitividade de nossos produtos que o câmbio ou a própria desoneração fiscal.

Não podemos nos esquecer de que tem sido mais barato trazer um produto da China para o Brasil do que do interior do nosso País para os portos do Sul, do Norte ou do Nordeste.

Da mesma forma é preciso analisar melhor os números oferecidos pelo Governo para sustentar o discurso da suposta condição favorável do Brasil em termos macroeconômicos.

As manobras contábeis do Governo e o déficit nominal da dívida pública, somados ao endividamento das empresas brasileiras, precisam ser avaliados com maior cautela. Essas variáveis macroeconômicas indicam um panorama que não bate com o otimismo da equipe capitaneada pelo Ministro Mantega.

Precisamos reconhecer que estamos entre os quatro países em crescimento – Rússia, China, Índia e Brasil.

O Brasil não pode perder essa oportunidade, mas, para isso, precisamos desonerar os produtos, precisamos que a infraestrutura esteja adequada e precisamos, acima de tudo, ter o nosso câmbio e a parte tributária de acordo com a realidade dos outros países.

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