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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Desastres naturais, aprendemos a lição?

No dia 12 de Janeiro de 2011, ocorreu na Serra Fluminense um dos maiores desastres naturais da nossa história. Além dos prejuízos materiais, quase 1000 vidas foram perdidas. Mas isso já é do conhecimento de todos.

Um ano após essa terrível tragédia, assistimos a cenas quase idênticas, espalhadas pelo Brasil à fora. Novamente em cidades da Serra fluminense, as chuvas causaram prejuízos irreparáveis. Não apenas ali, mas em grande parte do Brasil, as chuvas pegaram a população de surpresa.

Contudo, não há como não lembrar os dias seguintes à tragédia carioca do ano passado. O Governador Sérgio Cabral deu diversas declarações dizendo que iria liberar milhões para a reconstrução das cidades e prevenção de novos desastres. O Governo Federal fez o mesmo, anunciando planos que tempo depois descobriríamos que ainda não saíram do papel.

Com as chuvas desse ano e novos estragos causados, a imprensa foi investigar o que havia acontecido com os milhões que seriam destinados para prevenção de desastres, prometidos no ano passado.

O resultado, mais um festival de pirotecnia, imediatismo e irresponsabilidade em todas as esferas da administração pública.

Em prefeituras fluminenses por exemplo, denúncias de superfaturamento e corrupção nas obras de prevenção de desastres e na reconstrução das cidades atacadas pelas enchentes e deslizamentos.

Governos estaduais, como o do Rio de Janeiro, destinaram milhões do seu orçamento para a prevenção, mas nem sequer um um centavo foi gasto nesse tipo de obra. Ou seja, o dinheiro prometido não foi enviado para o destino prometido. Um Secretário do Estado afirmou que isso ocorreu, pois o Governo prometeu, após o desastre do ano passado, um dinheiro que não tinha.

Na esfera federal, novo festival de escândalos. Foi para as manchetes, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, responsável pela prevenção de desastres. Na imprensa, veiculou-se que o Ministro destinou 90% da verba da sua pasta para o seu estado natal, Pernambuco.

Pressionado, o Ministro acusou a imprensa de preconceito contra Pernambuco. Mas não se trata de preconceito contra o estado, mas sim, contra o uso político de um Ministério, que assim como os outros que foram focos de corrupção, foram entregues à partidos como as capitanias hereditárias eram entregues aos donatários da Coroa portuguesa.

Sucessivamente, novos escândalos e denúncias foram atingindo o Ministro, indo de nepotismo até negligência. Dos recursos que tinha para prevenir desastres Brasil à fora, a Integração Nacional privilegiou estados de governos aliados, como se os estados de Governos oposicionistas não fossem também vulneráveis.

A grande lição que tiramos, é que estamos mais vulneráveis com a má administração pública, do que com as chuvas em si.

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