Os primeiros oitos meses do Governo Dilma, parecem, para os analistas, como um dos começos de governo mais conturbados e turbulentos da história recente. Com uma base aliada avassaladora no Congresso e o aparente apoio popular nas ruas, muitos teriam previsto que o trabalho de Dilma seria fácil, só que nós não contávamos com a herança "maldita" que Dilma recebeu de seu antecessor.
Nesse pequeno período de Governo, 3 ministros foram afastados, outros dois foram trocados de pasta, um Ministério inteiro passa por faxina, com direito a demissão coletiva para a alta cúpula dos Transportes e no Dnit, órgão vinculado ao Ministério. Além disso, o início de Governo marcou a saída do PR do bloco governista no Senado. Houve uma ameaça de rebelião em um das bancadas da base aliada na Câmara dos Deputados, uma CPI quase foi instalada e muitos Ministros do Governo já foram convocados para dar explicações no Congresso.
Entre os sindicatos e organizações sociais que vinham apoiando o Governo, constatamos o que há muito não se via: CUT e Centrais Sindicais entre outras, aumentaram o tom contra o Planalto, passaram a fazer barulho, que antes era facilmente silenciado por dinheiro e contribuições doadas pelo Governo. Uma herança foi deixada por Lula á sua sucessora, uma base aliada viciada no fisiologismo do "toma lá dá cá", na troca de cargos do Governo, por apoio político no Congresso. Além disso, Dilma também recebeu a máquina pública inchada e as contas descontroladas, que levaram Dilma a anunciar um corte bilhonário. Cortaram investimentos importantes, e não os gastos supérfluos do Governo, como as despesas com viagens e excesso de funcionários.
Na área econômica o Governo também vem enfrentando um leão. Uma ameaça de crise internacional, insegurança na Europa e nos EUA que refletiram em nossas bolsas financeiras. Estamos enfrentando ameaça de volta da disparada da inflação, que vem aumentando acima do esperado.A população sente os reflexos do que veio sendo feito no Brasil nos últimos anos. Com o cenário duvidoso, o Brasil assiste uma ameaça de volta da inflação, com a rotineira elevação dos juros, pesados impostos e ausência de Reformas profundas do Estado, da política, do sistema tributário, da Justiça e da administração pública, que sejam discutidas e colocadas em prática.
Do caso Palocci, a volta do dossiê dos aloprados, o escândalo dos Transportes, denúncias contra a Conab, e denúncias contra outros 3 Ministérios vem fazendo deste momento político, uma sucessão de crises e escândalos, em que a Oposição tenta abrir investigações mas quase sempre são barrados pela base aliada do Governo. Antes, com Lula, as denúncias e escândalos eram indiferentes para o ex-presidente, ele não cobrava explicações nem punia qualquer um dos malfeitores que integravam o seu Governo.

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