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terça-feira, 29 de março de 2011

Ciúmes, Egocentrismo e Vaidade

FOLHA:
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou das comparações entre seu governo e o da presidente Dilma Rousseff. Em tom de desabafo, ele acusou "adversários" de ressaltar diferenças de estilo na nova gestão com o intuito de atingi-lo.

Um amigo do ex-presidente disse à Folha que ele está irritado com o que considera elogios excessivos a Dilma na imprensa. O petista considera que o tratamento amistoso tem como objetivo depreciar a herança de sua gestão.

Comentário de Reinaldo Azevedo:

O Apedeuta (Lula) estaria reclamando especialmente do excesso de elogios da imprensa à sua sucessora.

O marketing de Dilma tem sido eficiente — e a imprensa tem embarcado gostosamente — em evidenciar que há diferenças significativas entre os dois governos e os dois estilos.

No caso da regulamentação da mídia - coisa de gente autoritária, que não entende o que é democracia... Confronto pra quê? Pra nada! Dilma jogou água fria na fervura. O antiamericanismo estúpido da política externa dá sinais de estar sob controle.

Considera-se que ela levou compostura ao cargo — o que, em certo sentido, não deixa de ser verdade. Ocorre que até um animador de circo  faria o mesmo, tal a falta de limites do antecessor. Dilma é uma espécie de descanso, de volta da política a seu leito normal.

A Dilma durona do corte de R$ 50 bilhões do Orçamento é nada menos do que a Dilma possível depois da lambança que a beneficiou, certo? As contas só chegaram perto do descalabro porque foram anteriormente manipuladas pelo furor eleitoral. Cortou por necessidade, não por boniteza.

Um governo que corta R$ 50 bilhões do Orçamento e enfia mais R$ 55 bilhões no BNDES está é sem rumo. A presidente também foi considerada uma espécie de vítima dos tais “restos a pagar” herdados do seu antecessor, como se isso não fizesse parte de uma obra conjunta, executada a muitas mãos, sobretudo a quatro.

Os atrasos e descumprimentos das promessas do PAC foram tratados como uma espécie, assim, de herançazinha maldita — como se Dilma não tivesse sido a coordenadora do programa. Ate os problemas óbvios na distribuição de energia, área que, mais do que qualquer outra, estava afeita à então ministra surgem como um passivo deixado pelo Apedeuta. O mesmo se diga dos aeroportos.

O auge da contrariedade foi a ausência no almoço oferecido pela presidente a Barack Obama, o convite aos “ex-presidentes” faria dele mais um.

Lula está infeliz porque precisa do elogio e do reconhecimento permanentes;  está infeliz porque, já se observou aqui, ele realmente acredita ser aquela personagem da mitologia; está infeliz porque, intimamente, tomará como usurpador qualquer um que sente naquela cadeira, por mais que a pessoa lhe prestasse reverência. 

Fonte: FOLHA, VEJA

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