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sexta-feira, 1 de abril de 2011

Contrastes notáveis

Blog do Arnaldo Bloch

Lula era adepto de uma pirotecnia, de uma estridência e de um culto à imagem indiscutíveis. A intuição era seu forte. Dilma é de um pragmatismo explícito ululante e é amiga do silêncio. Sem o peso de ser um mito de encarnação da identidade nacional (no que isso tem de força e fraqueza), Dilma pode se permitir ser mais direta. Nas relações internacionais, na articulação de alianças, no trato com a imprensa, onde Lula era sinuoso, Dilma, para não se perder, cultiva a linha reta.

Em sua gestão e na campanha, Lula evitava o reconhecimento a seus antecessores, encampando, subliminarmente, as conquistas do passado e construindo o mito do “nunca antes”. Dilma, na visita de Obama, convidou Fernando Henrique para sentar-se à mesa principal. Pode ser que tenha contado com a sorte. Se Lula tivesse aceitado o convite, é quase certo que ele estaria sentado ali, e não FH. Com a recusa, ela aproveitou para fazer um gesto de conciliação, e, talvez, dar uma cutucada em Lula.

Bota na Lama: Podia não ser por descaso, nem preguiça, nem superstição, mas é fato que Lula nunca foi chegado a visitar as grandes catástrofes nacionais, enchentes, áreas conflagradas,secas, incêndios, áreas endêmicas. Dilma, com poucas semanas no Planalto, visitou, ao lado do governador Sérgio Cabral, o Vale do Cuiabá, região mais atingida nas chuvas do final do ano passado na Região Serrana do Rio, dando a entender que não tem medo de colocar os pés, ou, pelo menos as botas, na lama.

Fonte: Blog do Arnaldo Bloch, Blog do Noblat, o Globo

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