Fernando Haddad venceu a eleição de São Paulo, com o discurso do "novo", das ideias e das parcerias. Sem falar que foi um ácido crítico da gestão Kassab, apontando diariamente em cadeia de rádio e televisão, uma visão "lúcida" dos problemas da cidade.
Com o discurso que governaria para todos, Haddad esqueceu-se de dizer que governará para todos, todos os partidos com representatividade na Câmara Municipal.
Tendo vencido a eleição, deu pouca relevância para o fato de não ter conseguido eleger um número de vereadores pela sua coligação, suficiente para compor uma maioria que desse estabilidade para governar.
Assim, partiu para o que seu partido mais tem feito no Governo Federal, o velho "toma lá dá cá". Haddad anunciou uma primeira leva de secretários com perfil técnico, semblantes que inspiravam competência. As expectativas não duraram até a segunda leva de secretários anunciados.
Haddad anunciou a filha de Michel Temer, vice-presidente da República, para o cargo de Secretária de Assistência e Desenvolvimento Social; o vereador Roberto Tripoli, atual líder do prefeito Gilberto Kassab na Câmara Municipal, para a pasta do Verde e Meio Ambiente, e Netinho de Paula que assumirá uma Secretaria que será criada por Haddad para tratar da "Promoção da Igualdade Racial".
Apesar de criticar Kassab, agora se vê uma forte aproximação entre ele e Haddad, principalmente pelo interesse do prefeito eleito em ter o apoio na Câmara, do partido de Kassab, o PSD. Para formar uma base aliada confortável no Legislativo, a equipe de transição de Haddad segue o percurso inaugurado por Lula e Dilma na esfera federal, que passa pela criação de novas Pastas, ampliação de cargos comissionados e nomeação de pessoas não por sua capacidade técnica e administrativa, mas por seu vínculo político-ideológico.
Triste constatação de que o "novo" utiliza dos "velhos" vícios, tudo em prol da "governabilidade", que nos últimos tempos no país, tem rimado muito com "promiscuidade".
Nenhum comentário:
Postar um comentário