As pessoas não mais se interessam por política. Primeiro,
porque falta consciência da importância da política e da importância do seu
engajamento e sua participação nela. Segundo, porque os escândalos de
corrupção, além de desmoralizarem a política terminam por afastá-la do povo.
Terceiro, porque há tempo, o sistema político eleitoral brasileiro entrou no
piloto automático, de modo que nem partidos nem Instituições discutem
mecanismos de reparação de seus erros e vícios, como consequência, está o que se
chama de crise de Representatividade, em que políticos, instituições, partidos
e o próprio povo estão aquém do que se exige de cada um deles em uma
democracia.
Agrava a situação, quando se constatam a efemeridade das
alianças políticas, as incoerências político-ideológicas, a completa falta de
pudor de alguns dirigentes partidários - que deixam o palanque derrotado em que
haviam subido, para afagarem o candidato vencedor, acenando com a intenção de
apoiá-lo no Legislativo, desde que sejam distribuídos cargos e postos de
comando dentro do Executivo – o que acaba, no mínimo, tornando a política ainda
mais desmoralizada, e os que ainda a acompanham, desenganados. Ressalto que
nesta altura do campeonato, o grande público, o povo, nem sequer chega a acompanhar
essa ginástica partidária de toma lá dá cá, pois para eles, seu contato com a
política, ou sua obrigação, findou-se logo após o barulho da urna, confirmando o fim da sua votação. Conclui-se assim, que a volatilidade das alianças político-partidárias, que se assemelhem às ligações iônicas da química – melhor exemplo que poderia encontrar - são quase sempre alimentadas pelo fisiologismo e o toma lá dá cá entre Legislativo e Executivo, corrói o sistema político e aprofunda ainda mais a crise de identidade em que vivem os partidos e as Instituições Públicas.
Tal discussão precisa ser fomentada dentro do Congresso
Nacional, mas será preciso integrar tais discussões, chamando para debater, os
partidos, os membros do Poder público, a sociedade civil organizada, a imprensa
e a população em geral, dispersa nas ruas e atuante nas redes sociais.
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