A cisão entre o mundo político e a coletividade é culpa de ambos, é culpa de todos, é nossa culpa.
O sistema político deformou-se, esqueceu-se dos propósitos fundados com a Carta Magna de 88, negligenciou-se e tolerou que “alguns” tenham conseguido desmoralizar a arte da política, submetendo-a aos interesses privados em detrimento dos públicos.
O Povo na sua maioria esqueceu-se de exercer seu papel, deixou a política apenas aos políticos, fechou os olhos e calou-se por longos anos (sob os ‘bem aventurados’ ventos da bonança econômica), absteve-se de suas prerrogativas; paga agora o preço da sua omissão.
O divórcio entre a Política e o Povo, tem no mundo acadêmico
e científico o nome de Crise de Representatividade que agora mostra as garras,
alastra-se nas redes sociais e toma as ruas. Só o inconformismo e o cansaço
geral explicam as mobilizações de verdadeiras multidões com cartazes difusos,
anseios heterogêneos, mas com um único destinatário: as Instituições políticas
e suas estruturas representativas.
Não se pode debitar apenas à classe política, a conta do descaso e da omissão daqueles que se esqueceram de que o exercício da cidadania deve ser feito todos os dias, e não apenas a cada quatro anos.
Repudiar partidos, invadir Palácios, demolir Instituições
constituídas e cassar os mandatos de todos os nossos representantes democraticamente
eleitos não resolverão o problema de Representatividade, pelo contrário,
agravarão ainda mais o vazio que o cidadão tenta externar, abrindo brechas para
a ascensão da intolerância, do radicalismo e da demagogia messiânica daqueles
que ao longo da história aproveitaram-se dessas “ondas”, prometendo salvar
a coletividade, mas que acabaram por trancafiar a democracia e as liberdades.Não se pode debitar apenas à classe política, a conta do descaso e da omissão daqueles que se esqueceram de que o exercício da cidadania deve ser feito todos os dias, e não apenas a cada quatro anos.
Aos cidadãos que legitimamente saem às ruas, cabe sinalizar o
que querem, não com bandeiras abstratas e gerais, mas com propostas concretas,
medidas realistas e viáveis, caso contrário, sair ás ruas para “criticar por
criticar” ou “pressionar por pressionar”, não passará de bravata.
Ao mundo político cabe sinalizar que está disposto a fazer a autocrítica, submetendo-se à restauração e ao reparo das suas Instituições, e isso só começa a ser feito a partir da famigerada Reforma Política.
A autocrítica deve ser feita através da Reforma Política, e somente através dela, uma vez que a classe política ao solidarizar-se às vozes difusas das ruas sem sinalizar a disposição por mudanças concretas, também não passa de bravata.
Ao mundo político cabe sinalizar que está disposto a fazer a autocrítica, submetendo-se à restauração e ao reparo das suas Instituições, e isso só começa a ser feito a partir da famigerada Reforma Política.
A autocrítica deve ser feita através da Reforma Política, e somente através dela, uma vez que a classe política ao solidarizar-se às vozes difusas das ruas sem sinalizar a disposição por mudanças concretas, também não passa de bravata.
Que a voz difusa das ruas e a disposição da classe política
se encontrem e convirjam na Reforma Política, pois só assim se conseguirá
viabilizar toda e qualquer mudança e toda e qualquer demanda trazida num daqueles
cartazes.
Nesse sentido, viabilizar a Reforma Política permitirá a
restauração da democracia representativa, a abertura de novos espaços para a democracia
direta, a modernização do sistema político e a reconciliação entre o Povo e a Política,
cuja separação é inadmissível pelo bem da coletividade e pelo bem da democracia.
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