Todo cidadão merece e deve, ao menos uma vez na vida, ler o discurso de Ulysses Guimarães quando da promulgação da Constituição de 88. Que as palavras de Ulysses permaneçam nos ouvidos e corações dos governantes e cidadãos brasileiros, que ecoe nos plenários, nos gabinetes, nos salões palacianos, nas praças públicas, nas salas de aula e nas reuniões de família, porque relembrar Ulysses e a Constituição, é reavivar a história do Brasil e o futuro que queremos construir.
Clique aqui, para assistir o discurso de Ulysses Guimarães na Promulgação na Constituição de 1988.
Trechos do discurso de Ulysses Guimarães:
Brasília, 05 de Outubro de 1988.
"Dois de fevereiro de 1987: 'Ecoam nesta sala as reivindicações das ruas. A Nação quer mudar, a Nação deve mudar, a Nação vai mudar.' São palavras constantes do discurso de posse como Presidente da Assembléia Nacional Constituinte. Hoje, 5 de outubro de 1988, no que tange à Constituição, a Nação mudou."
"Só é cidadão quem ganha justo e suficiente salário, lê e escreve, mora, tem hospital e remédio, lazer quando descansa. Num país de 30.401.000 analfabetos, afrontosos 25% da população, cabe advertir: a cidadania começa com o alfabeto."
"A Constituição certamente não é perfeita. Ela própria o confessa, ao admitir a reforma. Quanto a ela, discordar, sim. Divergir, sim. Descumprir, jamais. Afrontá-la, nunca. Traidor da Constituição é traidor da Pátria. Conhecemos o caminho maldito: rasgar a Constituição, trancar as portas do Parlamento, garrotear a liberdade, mandar os patriotas para a cadeia, o exílio, o cemitério."
"A persistência da Constituição é a sobrevivência da
democracia. Quando, após tantos anos de lutas e sacrifícios, promulgamos o
estatuto do homem, da liberdade e da democracia, bradamos por imposição de sua
honra: temos ódio à ditadura. Ódio e nojo."
"Foi de audácia inovadora a arquitetura da Constituinte,
(...). O enorme esforço é dimensionado pelas 61.020 emendas, além de 122
emendas populares, (...), que foram apresentadas, publicadas, distribuídas,
relatadas e votadas, no longo trajeto das subcomissões à redação final."
"Há, portanto, representativo e oxigenado sopro de gente, de
rua, de praça, de favela, de fábrica, de trabalhadores, de cozinheiros, de
menores carentes, de índios, de posseiros, de empresários, de estudantes, de
aposentados, de servidores civis e militares, atestando a contemporaneidade e
autenticidade social do texto que ora passa a vigorar.""Enquanto houver Norte e Nordeste fracos, não haverá na União Estado forte, pois fraco é o Brasil."
"A governabilidade da Nação passa pela governabilidade dos Estados e dos Municípios. O desgoverno, filho da penúria de recursos, acende a ira popular, que invade primeiro os paços municipais, arranca as grades dos palácios e acabará chegando à rampa do Palácio do Planalto."
"A moral é o cerne da Pátria. A corrupção é o cupim da República. República suja pela corrupção impune tomba nas mãos de demagogos, que, a pretexto de salvá-la, a tiranizam. Não roubar, não deixar roubar, pôr na cadeia quem roube, eis o primeiro mandamento da moral pública. Pela Constituição, os cidadãos são poderosos e vigilantes agentes da fiscalização."
"Sentei-me ininterruptamente 9 mil horas nesta cadeira, em 320 sessões, gerando até interpretações divertidas pela não-saída para lugares biologicamente exigíveis. Somadas as das sessões, foram 17 horas diárias de labor, também no gabinete e na residência, incluídos sábados, domingos e feriados."
"A sociedade sempre acaba vencendo, mesmo ante a inércia ou antagonismo do Estado."
"Termino com as palavras com que comecei esta fala: a Nação quer mudar. A Nação deve mudar. A Nação vai mudar. A Constituição pretende ser a voz, a letra, a vontade política da sociedade rumo à mudança. Que a promulgação seja nosso grito: – Mudar para vencer! Muda, Brasil!."
Clique aqui, para ler a íntegra do discurso do Deputado Ulysses Guimarães
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