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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Aula do Prof. Lewandowski

Com o interrupção do julgamento da Ação Penal 470 (do Mensalão), fomos surpreendidos hoje de manhã, com a visita do Ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski. Ele, é revisor do julgamento do Mensalão, e professor titular da Faculdade de Direito da USP, na área de Direito do Estado.

Licenciado da Faculdade, é muto raro encontrá-lo por lá, contudo, hoje de manhã ele não só visitou a Faculdade, como ainda substituiu nossa professora de Teoria Geral do Estado, e lecionou a disciplina para as turmas do 1º ano.

Estive com ele, e reafirmei meu prazer em reencontrá-lo, disse que acompanhava seu trabalho no Supremo Tribunal Federal e pedi para que enviasse meu abraço à Ministra Carmem Lúcia, sua colega no STF.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O "Velho" e o "Novo"

São Paulo é uma cidade complexa. Múltiplas as origens, as crenças, as culturas, os sonhos, as perspectivas de vida, as condições de trabalho e renda, a escolaridade, as ocupações. São Paulo é uma cidade de trabalho, de esforço, de dedicação e de luta por todos aqueles que são genuinamente paulistanos, ou que adotaram a cidade, em busca dos seus sonhos.

São Paulo é uma cidade de contrastes, de desafios, de problemas crônicos e que requer soluções inovadoras. São Paulo é uma cidade do tamanho de um país, com diversidade e complexidade que não permitem que seu próximo prefeito seja um produto publicitário.
São Paulo precisa de um prefeito do tamanho do Brasil, precisa de liderança, de administração enérgica, de projetos e realizações concretas, de coragem para enfrentar os desafios, e competência para transformar a realidade.

A cidade já evoluiu muito ao longo do tempo, a partir da expansão do metrô e a implantação do monotrilho, desde a abolição das escolas de lata e modernização da frota de ônibus, são alguns dos exemplos que mostram que essa cidade sempre foi, e continuará sendo a locomotiva do Brasil.
Para isso, comparar é preciso. Há dois projetos em jogo na disputa por São Paulo. Um é o “velho”. O velho que se renova todos os dias, que tem competência, experiência e seriedade, que foi testado e aprovado em todos os cargos que já ocupou. O velho sem manchas na sua biografia, que não se envolveu em escândalos, não tem alianças espúrias, não atropelou a sua coerência para chegar aqui. O velho que tem uma bagagem de realizações feitas no passado, e de novos projetos a serem implantados no futuro.

E essa eleição também tem o “novo”. O “novo” escolhido por imposição, o “novo” que se aliou às lideranças mais retrógadas da cidade para atingir um projeto de poder de seu partido. O “novo” que também tem uma bagagem, uma bagagem de taxas criadas na gestão da Marta (apelidada de “Martaxa”), de falhas e de desmoralização do ENEM, de muitas promessas e muitas siglas, e poucas realizações. O “novo” que diz ter criado o Prouni e o Fundeb, embora isso não seja verdade. O “novo” que pouco fez pela descentralização ou pela municipalização da Educação. O “novo” que não expandiu a rede de escolas técnicas no país, que inaugurou Universidades Brasil à fora, sem que estas tivessem condições mínimas de funcionamento. O “novo” que ao deixar o cargo, assistiu de longe a maior greve das universidades federais da nossa história, com as impressões digitais nessa greve, pois a paralisação de professores foi motivada pela falta de salários e de infraestrutura. O “novo” que apresentou poucas propostas para solucionar os problemas de São Paulo, que vende na propaganda eleitoral, as parcerias com o Governo Federal, comprovando que até hoje, o Governo federal do PT esteve de costas para São Paulo.
Dizer que a disputa paulistana seja entre o “novo” e o “velho”, é muito superficial. A disputa é sim, entre o certo e o duvidoso, entre o trabalho e a propaganda, entre as realizações e as siglas publicitárias, entre a competência e o marketing. Entre o que tem “compromisso com o interesse público” e quem tem “compromisso com os interesses partidários”. A disputa paulistana é também uma comparação entre gestões. O “velho” representa os últimos 8 anos, e o “novo” representa as gestões ainda mais antigas, que lotearam os cargos da cidade, criaram taxas, e marcaram a cidade com pouca competência e muitas promessas; como esquecer dos túneis inaugurados por eles nos Jardins, que foram inundados na primeira chuva, por falhas de engenharia? Como esquecer as escolas de lata? As contas esvaziadas da prefeitura? A falta de planejamento e de urbanização da cidade? A falta de linhas de ônibus e de investimento municipal no metrô?

A disputa é sim, entre o “velho” e o “novo”, só que quem se diz “novo” representa o velho fisiologismo das alianças partidárias, a velha ingerência e falta de planejamento, o “velho” atraso que vivia a cidade; e o taxado de “velho” na disputa, e que quer voltar à cidade, representa sim, a inovação das soluções, a experiência na administração, a competência, o espírito público e as realizações.
O “velho” e o “novo” têm virtudes e defeitos, suas bagagens, acertos e erros, mas equalizando tudo, decidi ficar com a primeira opção.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Frases: Julgamento do Mensalão no STF - Parte 3

"Foi, sem dúvida, o mais atrevido e escandaloso caso de corrupção e desvio de dinheiro público flagrado no Brasil. (...) maculou-se gravemente a República." Roberto Gurgel, Procurador-Geral da República. (03/08/12).

“Nos delitos de poder, quanto maior o poder ostentado pelo criminoso, maior a facilidade de esconder o ilícito." Min. Rosa Weber. (27/08/12).

"João Paulo Cunha era um político experimentado. Porque um político ingênuo, sem nenhum traquejo político, jamais chega à presidência da Câmara."
"A pergunta que fica (...): para que se destinava esse pagamento? (R$ 50 mil recebidos). O dinheiro era evidentemente da SMP&B. O réu mentiu."
"O denunciado mandou a mulher porque não queria que nenhum dos assessores soubesse do recebimento e também queria alguém que garantisse a entrega (dos R$ 50 mil, supostamente de propina). E ninguém melhor do que a própria mulher. Só por aqui eu entendo que houve um ato ilícito. Uma tentativa de ocultar algo."
"O denunciado não podia ter aceitado o dinheiro dos sócios da empresa que participa da licitação. Tenho como tipificado o crime de corrupção passiva por João Paulo Cunha." Min. Cezar Peluso. (29/08/12).

"A desejável convergência entre ética e política nem sempre tem ocorrido no processo histórico brasileiro."
"Quem tem o poder e a força do Estado em suas mãos, não tem o direito de exercer, em seu próprio benefício, a autoridade que lhe é conferida pelas leis da República." Min. Celso de Mello. (29/08/12).

"eu me perguntava, senhor presidente, o que fizeram com o nosso Banco do Brasil? Como nós descemos na escala das degradações." Min. Gilmar Mendes. (29/08/12).

“Análise clínica dos autos convencem-se que se formou na cúpula do Banco Rural um grupo criminoso com o propósito de obter vantagem ilícita consistente." Min. Celso de Mello (06/09/12).

"Marcos Valério foi um dos artífices de toda essa trama". Min. Ricardo Lewandowski. (12/09/12).

"Eu nunca tinha ouvido isso, entrega de dinheiro a domicílio."
"Não havendo qualquer dúvida sobre o esquema de compra de votos a esta altura do julgamento."  "A demonstrar a existência da vinculação das vantagens financeiras e o apoio nas votações." Min. Joaquim Barbosa. (17/09/12).

"Sob a presidência de Roberto Jefferson no PTB, o réu Marcos Valério confessou ter realizado pagamentos sob a orientação de Delúbio Soares."
"Esses repasses não são mera ajuda de campanha, tratam-se de recursos com claros potencial para determinar a continuidade do apoio do PTB ao governo na Câmara dos Deputados".
"Ora, pagamento nesse montante, em espécie, para um presidente de partido político, com poder de influenciar sua bancada, equivale sem dúvida à prática corrupta.” Min. Joaquim Barbosa. (18/09/12).

"Eu não gostaria que o jovem brasileiro desacreditasse da política pelo erro de um ou de outro" Min. Carmem Lúcia. (27/09/12).

“Entendo que o Ministério Público (...) imputou aos réus ações (...)q ue, combinados a partir de um projeto criminoso por eles concebido e executado, representam um verdadeiro assalto à administração pública”
"Corruptores e corruptos devem ser punidos na forma da lei"
“Numa república, as boas leis devem ser cominadas com os bons costumes dos governantes e dos governados. A ausência dos bons costumes notadamente por parte dos governantes leva à corrupção, que significa a destruição, e vai além dos delitos tipificados no Código Penal”
“Qualquer ato de ofensa do decoro parlamentar como a aceitação criminosa do suborno termina por atingir a própria respeitabilidade do Poder Legislativo”
"A corrupção prejudica a capacidade das nações de prosperar e de crescer" Min. Celso de Mello. (01/10/12).

"É certo que José Dirceu, em razão da força política e administrativa que exercia, foi o principal articulador dessa engrenagem. [Dirceu] Reunia-se com o principal operador do esquema, Marcos Valério, para tratar de repasses de dinheiro e acordos políticos"
"[As provas] colocam o então ministro da Casa Civil na posição central da organização e da prática, como mandante das promessas de pagamento das vantagens indevidas a parlamentares para apoiar o governo. Entender que Marcos Valério e Delúbio Soares agiram e atuaram sozinhos, contra o interesse e a vontade de Dirceu, nesse contexto de reuniões fundamentais, é inadmissível” Min. Joaquim Barbosa. (03/10/12).

"Criou-se um fundo alimentado com recursos públicos e privados para fidelizar essa base partidária" Min. Gilmar Mendes. (04/10/12).

"Acho estranho e grave que uma pessoa diga 'houve caixa dois'. Ora, caixa dois é crime, é uma agressão à sociedade brasileira. E isso não pouco. Me parece grave, porque parece que ilícito no Brasil pode ser realizado e tudo bem" Min. Carmem Lúcia. (09/10/12).

"José Genoino era um interlocutor político do grupo, era o presidente do partido que estava envolvido nessa tramoia"
"Restou demonstrado, não bastasse a ordem natural das coisas, que José Dirceu realmente teve uma participação acentuada, a meu ver, nesse escabroso episódio" Min. Marco Aurélio Mello. (09/10/12).

"Estamos a tratar de uma grande organização criminosa que se posiciona à sombra do poder, formulando e implementando medidas ilícitas, que tinham a finalidade, precisamente, da realização de um projeto de poder" Min. Celso de Mello. (10/10/12).

"Um partido não tem direito de se apropriar de outro, menos ainda à base de propina"
"Compra-se a consciência do parlamentar corrompido, trai o povo inteiro, porque trai o mandato popular, recebido do povo" Min. Carlos Ayres Britto. (10/10/12).

"Ele [José Dirceu] era quem comandava o chamado núcleo político"
"Ele [Delúbio Soares] era o braço operacional do núcleo político"
"José Genoino era o interlocutor político do grupo criminoso"
"Como toda organização criminosa, havia uma divisão de tarefas e o sucesso do empreendimento dependia da conduta de todos"
 "Eles [réus do Banco Rural] não se limitaram a formar uma associação estável com os outros dois núcleos, eles foram além e efetivamente praticaram crimes contra o sistema financeiro nacional" Min. Joaquim Barbosa. (18/10/12).

"Os três núcleos [operacional, político e financeiro] se uniam para um projeto delinquencial."
"A atuação desses núcleos ocorreu por um período de mais de dois anos e somente teve um fim com a eclosão do escândalo que foi chamado de mensalão."
"Havia um projeto delinquencial de natureza política."
Min. Luiz Fux. (22/10/12).

"A República não suporta mais tanto desvio de conduta."
"Houve a formação de uma quadrilha das mais complexas."
"A quadrilha teria atuado, mostrando-se, ativa de janeiro de 2003 a junho de 2005."
"Cheguei mesmo a dizer que a confiança entre os integrantes estaria a lembrar a máfia italiana" Min. Marco Aurélio Mello. (22/10/12).

"Nunca vi tão nitidamente caracterizado o crime de formação de quadrilha."
"Os criminosos, ainda que ungidos por eleição popular, não se subtraem do alcance das leis."
"Condenam-se aqui e agora não atores ou agentes da política, mas autores de crimes, de práticas delituosas."
"Os fins não justificam a adoção de quaisquer meios."
"Eu nunca vi algo tão claro, a não ser essas outra associações criminosas, que, na verdade, tantos males causa aos cidadãos brasileiros. Como as organizações criminosas existentes no Rio de Janeiro e aquela perigossíssima hoje em atuação no estado de São Paulo."
"Nada mais ofensivo e transgressor do que a formação de uma quadrilha no núcleo mais íntimo e elevado de um dos poderes da República.". Min. Celso de Mello. (22/10/12).

"A sociedade não pode perder a crença de que o Estado dará a resposta penal adequada."
"Deus no céu e a política na terra."
"O povo nutre a confiança no seu Estado. O trem da ordem jurídica não pode descarrilar, não pode ficar sob ameaça de descarrilamento." Min. Carlos Ayres Brito. (22/10/12).

Fonte: G1

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Julgamento do Mensalão no STF - Parte 2

Ao longo desses três meses, o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, fez as suas alegações finais, seguido das sustentação oral dos advogados de defesa dos réus. Ao todo, foram 37 réus aos quais foram imputados 109 crimes, dividindo-se em 7 fatias do julgamento, de acordo com a denúncia formulada pelo Ministério Público.

Infográfico do site G1: Placar do Mensalão, veja como cada Ministro votou.

 Após as alegações finais, os Ministros passaram a votar. Seguindo os 8 itens do processo, coube ao Ministro Relator do processo, Joaquim Barbosa, fazer a análise inaugural, votando pela condenação ou absolvição, e em seguida, cabia ao Ministro Revisor, Ricardo Lewandowski fazê-lo. Depois das análises detalhadas do Relator e Revisor, os demais Ministros, chamados de vogais, faziam as suas considerações, votando de acordo com o Relator, ou com o Revisor, ou divergindo-se deles.

Ao término das análises, os Ministros do Supremo Tribunal Federal decidiram pela condenação de 25 réus e pela absolvição de 12. Cabe aos Ministros, fazer a dosimetria, ou seja, o cálculo das penas dos réus condenados pela Corte.

Com as decisões tomadas, o Supremo Tribunal Federal coloca o ponto final nessa história. Assim, os Ministros após analisarem os autos, concluíram que o esquema do Mensalão existiu de fato. E concluíram também, pela comprovação da compra de votos dentro do Congresso Nacional, o que desconstruiu a tese da defesa, que alegava que tudo não passava de mero "Caixa dois".

Nessa linha, os Ministros também consideraram culpados, os integrantes dos núcleos publicitário, financeiro e político do esquema. José Dirceu foi condenado por todos os crimes, acatando-se a denúncia que o classificava como "chefe de quadrilha". Os demais articuladores do Governo Lula, e membros da cúpula do PT, Delúbio Soares e José Genoíno, também foram condenados por corrupção ativa e formação de quadrilha, além deles, diversos parlamentares denunciados também foram condenados pelos crimes de corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Julgamento do Mensalão no STF - Parte 1

Desde Agosto, portanto, há quase três meses, o Supremo Tribunal Federal julga os 37 réus da Ação Penal 470, que foi produto do escândalo do Mensalão. Desde as revelações feitas pelo então Deputado Roberto Jefferson, que culminaram na abertura de CPIs e de novas revelações que acabaram envolvendo grandes figurões da República, que exerciam até então, papel de destaque dentro do Governo Federal e do Congresso Nacional. 

CPIs, revelações, novas denúncias, enfim, todo esse conturbado processo solavancou políticos, partidos, o Governo federal, empresários e instituições financeiras. Tal escândalo, provocou a queda de Ministros, entre eles o braço direito do Presidente e Chefe da Casa Civil, José Dirceu, envolveu também, dirigentes partidários, como José Genoíno do PT, e cassou Deputados Federais, dentre eles, Roberto Jefferson.

Desde os primeiros abalos desse escândalo, o Presidente Lula mudou diversas vezes suas versões sobre os fatos, primeiramente negou, disse que se tratava de "folclore", depois se disse traído, desculpou-se, voltou atrás, acusou a imprensa, a oposição e as elites de tentativa de golpe contra seu governo, e posteriormente, deixou a Presidência determinado a "provar" que o Mensalão nunca existiu.

No trâmite legal, a CPI foi enviada ao Ministério Público, e então Procurador-Geral da República, Antônio Fernando de Souza, acatou a denúncia e apresentou-a ao STF denunciando 40 pessoas sob acusação de integrarem uma "organização criminosa". Dentro da organização, o Ministro José Dirceu, e os dirigentes do PT, Delúbio Soares, José Genoíno e Silvio Pereira teriam se associado à "quadrilha" do empresário Marcos Valério, com o apoio de diretores do Banco Rural. O objetivo seria dar "continuidade do projeto de poder do Partido dos Trabalhadores, mediante a compra de suporte político de outros partidos", diz o procurador.

Segundo a denúncia da Procuradoria, o mensalão foi um esquema ilícito de arrecadação de recursos usados para pagar parlamentares pela aprovação, no Congresso, de matérias de interesse do governo Lula.

Nas alegações finais, o atual Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, pediu a condenação de 36 réus, e disse: “Foi o mais atrevido e escandaloso caso de corrupção, de desvio de dinheiro público flagrado no Brasil. Maculou gravemente a República. Foi um sistema de enorme movimentação financeira com objetivo de comprar votos de parlamentares nas matérias importantes para os líderes criminosos”.



sábado, 13 de outubro de 2012

20 anos sem Ulysses Guimarães

Trago as homenagens ao Dr. Ulysses, Deputado Federal por São Paulo, ex-Presidente da Câmara dos Deputados e Presidente da Assembleia Nacional Constituinte, tendo promulgado a Constituição de 1988.

Foi Ulysses Guimarães quem articulou a Anistia, as Diretas Já, a redemocratização do Brasil, a Constituinte e o Fora Collor. Uma voz forte nos tempos da ditadura. Sem dúvida, um Político com P maiúsculo.

Acesse: Político com P maiúsculo, Ulysses Guimarães.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O Começo do Fim (da Impunidade)

Desde Agosto, o Supremo Tribunal Federal vem julgando o mais complexo escândalo de corrupção da história do país. Com quarenta réus e mais de 50 mil páginas, a Ação Penal 470 vem sendo julgada pela mais alta Corte de Justiça brasileira, encerrando o último capítulo da história do Mensalão, escândalo deflagrado no 1º mandato do Governo Lula, e dizia respeito à compra de parlamentares para que estes votassem com o Governo.

O complexo e articulado esquema, envolveu a cúpula do Governo Lula, líderes do Legislativo, empresários e uma série de personagens que foram aparecendo ao longo das investigações feitas nas CPMI´s criadas dentro do Congresso nacional para investigar tal escândalo.

Desde 2005, o Mensalão respingou em lideranças partidárias como o então Presidente do PT, José Genoíno, cassou Deputados, entre eles Roberto Jefferson, e derrubou Ministros como o braço direito de Lula, e chefe da Casa Civil, José Dirceu.

Mas agora, o STF escreve o último ato dessa história, acolhendo provas e constatações denunciadas pelo Procurador-Geral da República. Desde Agosto, diversos personagens desse escândalo foram julgados e sua grande maioria, condenados.

O publicitário Marcos Valério e seus sócios, os Deputados João Paulo Cunha, Roberto Jefferson, Valdemar da Costa Neto, e agora, Delúbio Soares, José Genoíno e José Dirceu também foram condenados. A maioria dos Ministros do Supremo Tribunal Federal constataram a existência da compra de votos do Mensalão e também, que tal esquema tinha o conhecimento e a coordenação do ex-Ministro José Dirceu, derrubando as teses defendidas dentro do PT, de que tudo não passava de caixa-dois e de que Lula e Dirceu não sabiam de nada.

De fato, as decisões são históricas. O STF mostra ao país pela primeira vez, que mesmo os poderosos, escondidos por trás de seus cargos, devem prestar contas à Justiça, assumindo as responsabilidades pelos atos cometidos. O Supremo Tribunal Federal, atua com independência, analisando o caso com responsabilidade e isenção necessárias para toda e qualquer decisão judicial.

Ao julgar e condenar os envolvidos no escândalo, o STF sinaliza que estamos no "começo do fim". É o começo da mudança de postura, é o começo do fim da impunidade que envolvia políticos e poderosos que cometiam crimes no nosso país. A justiça brasileira não faz mais do que a sua obrigação, cumprindo a lei, os magistrados estão escrevendo a história do Brasil, mostrando que a impunidade e a letargia deixaram de ser regra, cabendo às Instituições isentas cumprirem suas funções, como prevê a Constituição e deseja a sociedade brasileira.

A justiça cumpriu seu papel, julgou com isenção e seriedade. Cabe aos cidadãos cumprirem sua função, agindo com consciência e mobilização, externando seus anseios e sua vontade, e não há melhor forma de fazer isso, do que através do processo eleitoral.    

sábado, 6 de outubro de 2012

Preparação para o dia 07 de Outubro

Em poucas horas, o Brasil irá às urnas para definir os nomes dos seus representantes, que de uma forma ou de outra, definirão o futuro das cidades e da população como um todo. Mais do que escolher um mero candidato a vereador e a prefeito, o eleitor deve ter consciência, convicção e clareza sobre os nomes que vai escolher para representá-lo na Prefeitura e na Câmara Municipal.

Para isso, é importante ter claro o que faz um Prefeito, e o que faz um Vereador. Além disso, é preciso conhecer a biografia e as propostas dos candidatos a fim de que se possa escolher as melhores opções que representarão você pelos próximos quatro anos.

Sobre a urna, as opções de voto, o UOL Eleições fez um vídeo muito didático e esclarecedor, que explica as reais diferenças entre o voto em branco e o voto nulo, além de desconstruir alguns mitos que surgem na época de eleição.

Para assistir o vídeo, clique aqui.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Palestra de José Serra no Mackenzie

Na terça-feira, fui pela primeira vez ao Comitê da campanha de José Serra, candidato a Prefeito de Sao Paulo. Com uma recepção calorosa, fui conversar com a amigo Marcos Saraiva e de quebra, conheci Wesley Goggi, grande figura do partido, coordenador da Juventude na campanha.

No final da tarde, estive na Universidade Mackenzie onde José Serra proferiu palestra sobre as suas propostas e projetos para São Paulo. Serra estava acompanhado do Senador Aloysio Nunes e do Deputado Federal Vaz de Lima, grandes figuras que me honro de conhecer.

Na ocasião da paletsra, me sentei ao lado do Senador Aloysio, do Presidente da Mackenzie e do Deputado Vaz de Lima, e ao final do evento, o querido deputado Vaz de Lima me levou a José Serra, oportunidade em que contei do quanto os dois são bem quistos em Guaratinguetá, reforcei ao ex-governador sobre o que tenho visto nas ruas, uma clara intenção de elegê-lo Prefeito de São Paulo, cidade que precisa de um comandante com a competência e o tamanho do Brasil.

Reforcei o convite ao Senador Aloysio Nunes para que nos visite no Largo São Francisco, Faculdade que ele também cursou, e em que presidiu o tradicional Centro Acadêmico XI de Agosto.


O que faz um... Vereador?

A cada quatro anos, os eleitores brasileiros renovam as Prefeituras e as Câmaras Municipais de todo o país. Escolhendo o próximo Prefeito que comandará o Poder Executivo Municipal, e os próximos vereadores, que em conjunto, compõem o Poder Legislativo Municipal.

Mas o que faz um vereador? O vereador integra o Poder Legislativo na esfera municipal, com mandato de quatro anos, sendo eleitos através do voto direto no sistema proporcional, com capacidade de se reeleger infinitamente.

Os vereadores formam a Câmara Municipal, que podem ser compostas com no mínimo 9 membros e no máximo 55, de acordo com o contingente populacional de cada município (em que quanto maior o número de habitantes de uma cidade, maior será o seu número de vereadores).

Entre as principais funções do vereador, estão as de discutir questões locais e fiscalizar os gastos e a administração do Poder Executivo, no caso, o Prefeito. abe ao vereador criar leis, atender as demandas da população, estabelecer a ponte entre a população e o Governo municipal.

O trabalho do vereador é de grande importância para a melhoria da qualidade de vida da população, e para a garantia do bom uso do dinheiro público, que é fruto dos impostos pagos por todos os cidadãos.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Encontro com Celso Lafer

Visitei a FAPESP, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, para encontro com o seu Presidente, o professor Celso Lafer.

Celso Lafer, formou-se pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco - USP, onde lecionou até se aposentar. Atualmente exerce o cargo de Presidente da FAPESP, é membro da Academia Brasileira de Letras, já foi Ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, e por duas vezes assumiu o Ministério de Relações Exteriores do Brasil.

Foi o Ministro Celso Lafer que em continuidade ao processo de redemocratização do Brasil, garantiu a incorporação no ordenamento nacional, de diversos Tratados internacionais sobre Direitos Humanos que haviam sido criados durante as décadas de 70 e 80, mas que, em razão do regime político vigente no país, não haviam sido adotados pela legislação pátria.

Para mim, Celso Lafer sempre foi exemplo não só pela carreira que construiu na vida pública, mas também pela sua formação enquanto jurista e teórico do Direito. Uma honra e uma oportunidade única poder me encontrar com esse grande intelectual brasileiro.

Externei minha admiração e renovei minha satisfação em reencontrá-lo. Como pretendo ingressar na política, busco me inspirar em grandes exemplos e em grandes personalidades que de uma forma ou de outra colaboraram com a construção do Brasil.