Escrevo este artigo na noite de quarta-feira, quando já existem 10 mil desalojados nas regiões Norte e Noroeste do Rio de Janeiro, enchentes também no Espírito Santo e caos em Divinópolis e na grande Belo Horizonte.
Depois da tragédia do ano passado, a cena se repete: a presidente (antes era o presidente) interrompe as férias e se dispõe a sobrevoar os locais afetados. Talvez até mande o helicóptero pousar, para fazer uma foto, fisionomia contraída, ar de desolação. Esquecida de que, durante os meses sem chuvas torrenciais, nada fez de prático para enfrentar o problema.
O governo federal joga a culpa nos governadores, que não teriam apresentado projetos que justificassem aportes de recursos. O governador fluminense, Sergio Cabral, anuncia sem tremer a face: “semana que vem lançarei R$300 milhões em obras”.
E se dispõe a orar pelos desabrigados e pelo fim das chuvas. Não fosse o cinismo, estaria mais para ritual indígena do que para atitude própria de quem se elegeu para proteger a população do seu estado.
Bezerra (Ministro da Integração Nacional), inclusive, é acusado de haver destinado ao seu estado (Pernambuco) o grosso das verbas que tinha em mãos. E ainda proclama que a presidente sabia disso.
Em 2013, infelizmente, deverá acontecer a mesma coisa. Providências de fundo, eternamente adiadas, encenações pós-tragédias e paliativos acompanhados de farta intenção politiqueira.
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