Contudo, o que se vê no Brasil, é que apesar da
responsabilidade sobre a segurança pública ser dos Estados, o enfrentamento
dessa questão exige necessariamente, consonância e parceria deles, com a União e os
municípios.
Os municípios podem criar campanhas de combate às drogas e
violência, podem estruturar Guardas Municipais para vigilância, instalar
câmeras para o vídeo-monitoramento. O Judiciário pode criar mutirões para
resolver a situação dos presos provisórios, pode buscar a desburocratização do
processo judicial, pode investir em sistemas de compartilhamento de dados entre
as instâncias do Brasil todo.
O Congresso Nacional pode sim rever o Código Penal, discutir
melhor forma de modernizá-lo e aprimorá-lo às exigências da sociedade. Os
Governos estaduais devem informatizar suas polícias, fortalecer o combate às
facções e ao tráfico de drogas, devem criar programas de urbanização de favelas
que por si só já é um grande aliado no combate ao poder paralelo que facções
criminosas exercem sobre as comunidades mais pobres. Os Governos estaduais também
devem enfrentar a questão das drogas, dar auxílio e tratamento aos dependentes e
devem discutir a hipótese de criação de centros de internação compulsória para
dependentes químicos.
A questão penitenciária também pode ser enfrentada por
Estados e a União, a criação de centros de recuperação de menores com a devida
exigência de que os que forem encaminhados para lá, saiam aptos a se integrarem na
sociedade. Para a imensa população carcerária é necessário adequar os nossos presídios às
condições mínimas de vida com o objetivo de torná-los aptos a promover a reinserção social dos detentos; diferente do que ocorre hoje, em que os presídios são cenários para
a integração de novos membros às facções que orquestram delitos de dentro dos presídios, para serem
executados do lado de fora, nos centros urbanos.Assim, somente a ação nas fronteiras do país, em grande escala e proporção, seja pela polícia ou pelas Forças armadas, seria capaz de solucionar os problemas acima referidos, de forma que cortaríamos a entrada indiscriminada da ferramenta de trabalho e da mercadoria da marginalidade, que são as armas e as drogas respectivamente.
Barrar esse ciclo vicioso, requer coragem e compromisso público com a segurança pública do cidadão de bem, coagido pelas guerras entre criminosos e policiais seja em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Santa Catarina ou em qualquer outro rincão desse país que ainda não tenha ganho destaque nas manchetes de jornal.
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